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"Acesso à cultura no Brasil é terrivel", diz gerente de ministério

22 mar 2012 - 12h32
(atualizado às 12h41)
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Fábio Kobol Fornazari, gerente de planejamento estratégico do Ministério da Cultura, participou do segundo dia do Fórum Internacional de Cultura, nesta quinta-feira (22), na Livraria Cultura, em São Paulo, e falou sobre o acesso à cultura no Brasil. "Temos uma pesquisa feita recentemente que diz que o acesso à cultura é terrível. O resultado era que 15% eram os frequentadores de teatros, museus e diversas expressões culturais. Os outros, não é que frequentavam às vezes, nunca foram. Não sabem que aquele prédio é um museu, não sabem ler os códigos, não se sentem pertencentes àquela expressão cultural", afirmou. Ao lado de Fábio, estava Ángel Mestres, da Universidade de Barcelona, e o mediador Silas Nogueira. O evento tem transmissão ao vivo pelo Terra.

O trio discutiu a ampliação dos contatos interculturais e o deslocamento do campo da diversidade cultural para a disputa geopolítica. Com a consolidação de economias e indústrias criativas, a geopolítica da cultura desponta como uma questão estratégica para todos os agentes públicos do segmento e gestores culturais. "O Brasil é admirado e valorizado pela sua diversidade cultural. Estereótipos à parte, há um reconhecimento pela sua música, dança e arte. Tivemos o Europalia, na Bélgica, em que apresentamos a arte desde os índios até a vanguarda. E como eles descobrem o Brasil de uma forma interessante. Eles já tem um pequeno conhecimento e, quando têm acesso, isso se desenvolver de um maneira incrível", continuou Kobol.

Sobre o Procultura (Programa Nacional de Fomento e Incentivo à Cultura), que é uma reforma a Lei Rouanet, criada em 1991, afirmou que ninguém deve temer as mudanças. "Se partirmos do ponto que qualquer mudança modifica o status quo, não vamos mudar nunca, porque sempre vai ter alguém prejudicado. Precisamos fazer escolhas, podemos perder a curto e ganhar a médio e longo prazo. É uma questão de justiça, de equilíbrio. O sistema acaba se ajustando. O Ministério da Cultura está preparado. É nome do equilíbrio, mesmo se tivermos uma perda inicial, acho que tudo se equilibra", opinou. "Quem produz cultura é a sociedade, de forma livre", completou Kobol.

O Fórum Internacional de Gestão da Cultura segue até a próxima sexta-feira (23). O evento é uma realização do Celacc (Centro de Estudos Latino-Americanos sobre Cultura e Comunicação), da USP, em parceria com a Livraria Cultura.

O ex-secretário do Ministério da Cultura Alfredo Manevy, o mediador Juarez Xavier e o ex-Ministro da Cultura Juca Ferreira no 1º Fórum Internacional de Gestão Cultural, em São Paulo
O ex-secretário do Ministério da Cultura Alfredo Manevy, o mediador Juarez Xavier e o ex-Ministro da Cultura Juca Ferreira no 1º Fórum Internacional de Gestão Cultural, em São Paulo
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Fonte: Terra
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