PUBLICIDADE

América Latina

Adeus a García Márquez tem presidentes e flores amarelas

Entre os presentes na cerimônia, muitos usam flores amarelas na lapela, consideradas um amuleto pelo escritor

21 abr 2014 - 22h02
Compartilhar
Exibir comentários
Sob aplausos, a viúva do escritor colombiano, Mercedes Barcha, entrou no vestíbulo do Palácio carregando uma urna de madeira com as cinzas de García Márquez, que faleceu aos 87 anos na quinta-feira passada
Sob aplausos, a viúva do escritor colombiano, Mercedes Barcha, entrou no vestíbulo do Palácio carregando uma urna de madeira com as cinzas de García Márquez, que faleceu aos 87 anos na quinta-feira passada
Foto: AP

A Cidade do México, adotada por Gabriel García Márquez, se despedia nesta segunda-feira do prêmio Nobel de Literatura com uma cerimônia no Palácio das Belas Artes, com a presença da família do escritor, dois chefes de Estado e milhares de fãs. Sob aplausos, a viúva do escritor colombiano, Mercedes Barcha, entrou no vestíbulo do Palácio carregando uma urna de madeira com as cinzas de García Márquez, que faleceu aos 87 anos na quinta-feira passada.

Barcha, seus filhos Rodrigo e Gonzalo, vários netos e Jaime García Márquez, um dos dez irmãos do escritor, entre outros familiares, chegaram ao Palácio cercados por um grande aparato policial, que os escoltou desde a casa do escritor, no bairro de El Pedregal. A urna com as cinzas de García Márquez foi colocada em um atril negro, cercado por flores amarelas, onde guardas de honra se revezam para homenagear o escritor internacional, que fez do México sua segunda pátria.

Entre os presentes na cerimônia, muitos usam flores amarelas na lapela (consideradas um amuleto por García Márquez), e todos cumprimentam a viúva e os filhos do escritor, enquanto um quarteto de cordas executa músicas de Béla Bartók, Joseph Haydn e Georg Handel.

As escadas de mármore do Palácio estão decoradas com rosas amarelas e no alto do vestíbulo aparece uma enorme foto - em preto e branco - do escritor sorrindo, na qual se lê sua famosa frase: "La vida no es la que uno vivió, sino la que uno recuerda y cómo la recuerda para contarla" (A vida não é o que você viveu, mas sim suas recordações e como se lembra para contá-la).

No lado de fora do Palácio, milhares de pessoas - de todas as idades - fazem fila para entrar no local e se despedir do escritor. Algumas carregam flores amarelas e outras, livros; e em vários momentos entoam a canção "Macondo", popularizada na voz do mexicano Óscar Chávez.

"Gostaria de agradecê-lo pelo gosto que me incutiu pela leitura. Assim como nos "Cem anos de Solidão", que ele sobreviva mais 100 anos nos nossos corações", disse à AFP Joseline López, uma venezuelana de 21 anos que estuda medicina no México. "Ainda não posso acreditar que ele morreu (...). Estando aqui posso assimilar melhor as coisas", declarou Felisa Tole, uma colombiana que vive no México há oito anos.

Os presidentes de México, Enrique Peña Nieto, e Colômbia, Juan Manuel Santos, também montaram guarda ao lado das cinzas do escritor no Palácio de Belas Artes. Santos chegou na tarde de hoje ao México, acompanhado por sua mulher, María Clemencia Rodríguez, o filho Martín e uma dezena de amigos de García Márquez, entre eles o ex-presidente colombiano César Gaviria, o escritor William Ospina e os jornalistas Enrique Santos (irmão do presidente) e Roberto Pombo, diretor do jornal El Tiempo.

Na terça-feira, Santos liderará uma cerimônia solene na Catedral de Bogotá, com a presença de grandes figuras nacionais, e na quarta-feira, dia internacional do livro, haverá a leitura de "Ninguém escreve ao coronel" em mais de mil bibliotecas públicas, parques e colégios da Colômbia.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
Compartilhar
Publicidade
Publicidade