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"Censor, eu? Nem morta!", diz Caetano sobre biografias não autorizadas

12 out 2013 - 20h01
(atualizado às 20h01)
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<p>Caetano Veloso, em coluna d'O Globo: "as delicadezas do sofrimento de Gloria Perez e o perigo de proliferação de escândalos são tópicos sobre os quais o leitor deve refletir"</p>
Caetano Veloso, em coluna d'O Globo: "as delicadezas do sofrimento de Gloria Perez e o perigo de proliferação de escândalos são tópicos sobre os quais o leitor deve refletir"
Foto: Felipe Assumpção e Léo Marinho / AgNews

Em sua primeira manifestação pública após as polêmicas sobre a publicação de biografias não autorizadas, Caetano Veloso disse, em sua coluna dominical para o jornal O Globo, que a imprensa nacional o colocou com vilão, quando ele e outros artistas, como Gilberto Gil, Erasmo Carlo e Chico Buarque, estavam apenas se defendendo da ação das editoras.

“A sede com que os jornais foram ao pote terminou dando ao leitor a impressão de que meus colegas e eu desencadeamos uma ação, quando o que aconteceu foi que nos vimos no meio de uma ação deflagrada por editoras, à qual vimos que precisávamos responder com, no mínimo, um apelo à discussão. Censor, eu? Nem morta! Na verdade a avalanche de pitos, reprimendas e agressões só me estimula a combatividade”, escreveu.

Caetano defende que biografias não autorizadas de figurões como José Sarney e Roberto Marinho sejam publicadas. Mas a “proliferação de escândalos”, como “o sofrimento de Glória Perez” deve ser exemplos de atenção ao direito de privacidade.

O artista baiano referia-se ao livro A História Que o Brasil Desconhece, escrito por Guilherme de Pádua, assassino de Daniela Perez, filha de Gloria. A autora de novelas da TV Globo recorreu à justiça para impedir a circulação da publicação.

“Tenho dito a meus amigos que os autores de biografias não podem ser desrespeitados em seus direitos de informar e enriquecer a imagem que podemos ter da nossa sociedade. Pesquisam, trabalham e ganham bem menos do que nós (mas não nos esqueçamos das possibilidades do audiovisual)", escreve.

Mas, na sequência, Caetano cita a discussão envolvendo sua ex-mulher, Paula Lavigne, e o jornal Folha de S. Paulo para exemplicar que a imprensa tem tratado o tema despropositadamente. “Diante dos editoriais candentes, das palavras pesadas e, sobretudo, das grosserias dirigidas a Paula Lavigne, minha empresária, ex-mulher e mãe de dois dos meus três filhos maravilhosos, tendo a ressaltar o que meu mestre Jorge Mautner sintetizou tão bem nos versos “Liberdade é bonita mas não é infinita /Me acredite: liberdade é a consciência do limite”. Mautner é pelo extremo zelo com a intimidade.”

Fonte: Terra
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