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'Cidade como tela': a explosão do grafite em NY

21 abr 2014 - 10h35
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Do underground ao pop

Surgido como um movimento considerado "ilícito" por muitos, encabeçado por adolescentes que deixavam sua marca em vagões de metrô e fachadas de prédios, o grafite explodiu em Nova York nos anos 1970.

Uma década depois, esses jovens artistas eram cobiçados por galerias comerciais e colecionadores.

Ao lado do hip hop, o grafite não apenas transformou a paisagem da cidade, mas teve impacto visível até hoje na música, na moda e na cultura popular.

Essa trajetória é o tema da mostra "City as Canvas: Graffiti Art from the Martin Wong Collection" ("Cidade como Tela: Arte em Grafite da Coleção de Martin Wong", em tradução livre), em cartaz até 24 de agosto no Museum of the City of New York.

Ele próprio artista e amigo de muitos grafiteiros, Wong, morto em 1999, começou a colecionar as obras quando ainda eram consideradas poluição visual por muitos. Em 1994, doou sua coleção ao museu em Nova York.

"Hoje a arte em grafite é amplamente valorizada, mas muitos questionavam seus méritos durante o desenvolvimento do movimento nos anos 1970", diz a diretora do museu, Susan Henshaw Jones.

Ela lembra que ainda hoje o grafite desperta reações apaixonadas em Nova York, tanto positivas quanto negativas, ao mesmo tempo em que continua fascinando moradores e turistas.

Fenômeno mundial A história do movimento e de como passou de "vandalismo" a arte valorizada é contada por meio de 150 obras de nomes como CEY (Cey Adams), DAZE (Chris Ellis), FUTURA 2000 (Leonard McGurr), Keith Haring, LADY PINK (Sandra Fabara), LEE (Lee Quiñones) e vários outros.

Muitas das obras originais são mostradas por meio de fotografias da época, já que quase nada sobreviveu, principalmente depois de uma campanha da prefeitura para "limpar" a cidade no fim dos anos 1980.

Mas há também trabalhos posteriores desses artistas, quando passaram a pintar sobre tela, papel e outros materiais, por encomenda de galerias que começavam a reconhecer seu valor artístico e cultural.

Estão expostos também diversos "black books", espécie de portfólio dos artistas, cadernos onde faziam esboços e compartilhavam estilos e ideias com outros grafiteiros.

"A exposição oferece uma janela para as origens do movimento do grafite, que começou como atividade ilícita e evoluiu para uma forma de arte que desencadeou um fenômeno mundial", diz o curador, Sean Corcoran.

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