Corrida de jegue celebra importância do jumento no Nordeste
Por ser um animal muito resistente, o jegue – como o jumento é carinhosamente chamado – foi muito usado no Nordeste para transporte de cargas por longas distâncias. Ganhou até homenagem do sanfoneiro Luiz Gonzaga, a "Apologia ao jumento", em que é ressaltada a sua importância para o desenvolvimento da região.
No São João de Campina Grande, um dos maiores do Brasil, esse parente do cavalo também recebe o devido tributo: a Corrida do Jegue, que já está na 22ª edição e foi realizada em uma pista especialmente preparada para o evento: o "jegódromo", próximo à Estação Velha.
Antes da corrida propriamente dita, os jegues "reinaram", desfilando de um lado para o outro, com direito à escolha do mais ornamentado, título que ficou com a Raposa Feroz. Mas a disputa foi acirrada, jegues estavam vestidos com bandeiras do Brasil, com roupas típicas e dos times locais, o Treze e o Campinense, a exemplo do filhote Mário, de menos de dois meses, que não participou da corrida por ser muito jovem e não ganhou nenhum prêmio, mas fez bastante sucesso entre os espectadores. Outro bastante fotografado foi Caipira, muito bem vestido, mas com uma garrafa de bebida no bolso. "Veio da comemoração do São João direto pra corrida", disse o seu proprietário.
A corrida, realizada nesta segunda-feira (24), atraiu competidores de vários municípios paraibanos. Foi vencida pelo jegue Foguinho, de Zabelê, na região do Cariri paraibano, que teve como montador Daniel José da Silva, de 13 anos. Foguinho, atual campeão brasileiro, título conquistado no ano passado, não é o único competidor da sua família. O segundo lugar da corrida ficou para a sua irmã, Madonna.
Além dos jegues, também chamou a atenção de todos a presença do maior homem do Brasil, Joelison Fernandes da Silva, o Ninão, de 2,37 metro, que foi o responsável por dar a largada na corrida.
