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“Torobaka é um big bang rítmico”, diz bailarino espanhol

Israel Galván fala sobre o espetáculo de abertura do Festival O Boticário na Dança e da parceria com Akram Khan

24 abr 2015 - 09h00
(atualizado às 13h12)
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“Torobaka” abre a programação do Festival O Boticário na Dança (OBND) neste ano. O espetáculo é uma fusão de dança indiana e espanhola e também reúne dois grandes nomes da atualidade: Akram Khan e Israel Galván. A promessa é fazer uma explosão de ritmos no dia 6 de maio, em São Paulo, e no dia 8, no Rio.

Os ritmos tradicionais do flamenco e do kathak se encontram em “Torobaka”
Os ritmos tradicionais do flamenco e do kathak se encontram em “Torobaka”
Foto: Jean Louis Fernandez / Divulgação

“O Brasil é um país muito rítmico”, define o bailarino espanhol em entrevista ao Terra. Galván se apresentou no País em 2008 pela Bienal Internacional de São Paulo. “Somos seis pessoas em cena e esperamos dar uma boa saudação na abertura do Festival OBND”, diz ele. Além dos bailarinos, há músicos que tocam ao vivo a trilha sonora.

Galván conta que seu primeiro desafio, ao trabalhar com o coreógrafo e bailarino britânico Khan, foi aprender a dançar com outra pessoa, já que estava acostumado a se apresentar sozinho. “Aprendi também a ter um gesto limpo e rápido”, afirma ele lembrando que no kathak se dança compartilhando sem competir.

“Sentimos liberdade para expressar nossas raízes”, confessa Galván, que é tido como um reformador do tradicional flamenco, enquanto Khan se inspira na cultura ancestral de sua família através do kathak. “Ele viaja à Espanha e eu a Bangladesh”, ilustra.

Mais que um encontro de duas culturas, “Torobaka” guarda até no nome a união de duas potências: o masculino e o feminino. O touro espanhol vem como “toro” e a vaca, animal sagrado para os hindus, vem como “baka”. “Os papéis se trocam e Khan mostra virilidade e eu uma maneira mais feminina, mais descontraída”, revela.

Embora o flamenco seja considerado uma dança típica da região da Andaluzia, na Espanha, ele se espalhou por outras regiões, chegando até mesmo ao continente americano. Segundo Galván, a dança está muito aberta às influências, porém sem perder suas regras básicas. Para ele, destacados artistas como Carmen Amaya (Barcelona), Sabicas (Pamplona), Vicente Escudero (Valladolid), El Güito (Madrid), Belen Maya (New York) e Eva Yerbabuena (Frankfurt) puderam fazer flamenco de um modo bem próprio.

Sem falar inglês, o encontro com Khan, que também não fala espanhol, foi no mínimo recheado de momentos divertidos. “A primeira vez que Khan colocou as botas de flamenco, não conseguiu dançar porque cambaleava”, lembra Galván contando que o britânico propôs usá-las nas mãos para resolver o problema. 

Durante os ensaios, Galván bateu com sua bota nos chocalhos que Khan usa nos tornozelos para fazer “um som”, mas não sabia do significado religioso do objeto. “Manju, o percussionista indiano que nos acompanha, quando viu aquilo, fechou os olhos”.

Galván destaca que “Torobaka” é uma obra sensível e sem pretensões. Mas, quanto a fazer a abertura do Festival OBND em São Paulo e depois se apresentar no Rio, ele tem uma expectativa bombástica. “Espero uma confluência da energia do kathak e do flamenco com a energia do público, assim, o que faremos é um big bang rítmico”, anuncia.

"Torobaka"

Festival O Boticário na Dança

São Paulo

6 de maio, 21h

Auditório Ibirapuera (ingressos esgotados)

Rio de Janeiro

8 de maio, 21h

Theatro Municipal do Rio de Janeiro

Programação completa e ingressos em www.oboticario.com.br/danca

Fonte: Cross Content
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