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“Sou 100% dança”, diz Jarbas Homem de Mello

Em entrevista exclusiva ao Terra, o grande astro dos musicais fala sobre sua carreira, a parceria com Claudia Raia e o sucesso como Chaplin

25 jun 2015 - 09h00
(atualizado em 30/6/2015 às 11h58)
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A internet fabrica sem parar celebridades instantâneas. Isto faz com que seja cada vez mais inspirador conhecer histórias como a de Jarbas Homem de Mello, um artista versátil, completamente dedicado à profissão.

Astro dos musicais, Jarbas Homem de Mello
Astro dos musicais, Jarbas Homem de Mello
Foto: Arquivo Pessoal

Despertado na infância para a carreira artística, pela própria mãe, o gaúcho se jogou de corpo, alma e coração no novo mundo. Começou com danças folclóricas, se meteu no teatro e em programas de televisão. Agora, aos 44 anos é um astro dos musicais. Posto conquistado depois de muito trabalho e, especialmente, por ter firmado o que chama de “parceria para vida toda” com Claudia Raia.

Terra – Você dança, canta e representa. De 0% a 100%, quanto de dança é você?

Homem de Mello – Sou 100% dança. Desde o início, as pessoas sempre diziam “o Jarbas é bom e ele dança!”. Este diferencial me ajudou a representar o Brasil em Cuba e nos Estados Unidos. Todos os meus grandes trabalhos eu consegui por causa da dança.

Terra – Então, conte como tudo começou!

Homem de Mello – Sou de um bairro agrícola chamado Lombra Grande, em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul, onde a tradição é muito forte. Minha mãe me incentivou a fazer danças gaúchas. Aos 12 anos, eu dava os meus primeiros passos. Aos 18 anos, entrei em um grupo teatral, onde tínhamos aulas de dança. Aos 20 anos, resolvi encarar e comecei a fazer aulas de clássico, contemporâneo e jazz.

Terra – Mas, foi em São Paulo que você conheceu o flamenco?

Homem de Mello – Cheguei em 1994. No ano seguinte, fui fazer sapateado no Promenade Estúdio de Dança, com a Kátia Barão.  Na minha época, tinha pouco homem dançando. Se um cara conseguia colocar um pé direito na frente do esquerdo, logo já chamavam para participar do espetáculo de fim de ano [risos]. Foi assim que conheci a Juçara Corrêa, minha grande mestra de flamenco. Tudo o que eu sei aprendi com ela.

Terra – E teve mais na ópera “Ainadamar” que você estreou em abril no Theatro Municipal de São Paulo.

Homem de Mello - Reencontrei o flamenco na ópera, embora nunca tenha deixado de fazer aulas. Foi uma grande emoção trabalhar com Marco Berriel, grande coreógrafo e bailarino espanhol e precursor do flamenco fusion. Ao criar, ele depositou confiança em mim.

Terra – Seu primeiro trabalho na TV foi em 2007 com a novela “Dance Dance Dance” da Rede Bandeirantes, correto?

Homem de Mello – Sim. Gostava muito porque mostrávamos a dedicação dos bailarinos nos bastidores. Para mim, divulgar a dança é como fazer uma “devolução” do que tenho recebido.

Terra – Em 2010, você participou como jurado no “Se ela dança, eu danço” do SBT. Como foi esta experiência?

Homem de Mello – Com certeza, foi a experiência que mais me trouxe para perto da realidade da dança no Brasil. Lá se apresentavam todos os estilos, do boi bumbá à chula gaúcha. Gostava muito de fazer porque sabia que era um jeito de democratizar a dança, pois tinha uma audiência em todo o País e podíamos levar dança para dentro da casa das pessoas.

Terra – Sua história agora é a.C./d.C.. Antes e depois de Claudia Raia, não é mesmo?

Homem de Mello – [risos] Nossa parceria é completa, tanto em cena quanto na vida. Encontrei meu par. Também sou incansável. Nós gostamos de ensaiar e trabalhar exaustivamente.

Terra – “Crazy for You”, estreado ano passado, foi o espetáculo com mais exigências coreográficas?

Homem de Mello – Sem dúvida. Saíamos exauridos dos ensaios que duraram dois meses e meio. Dançava o espetáculo inteiro. Muito jazz theater e sapateado. Flamenco é chão. Sapateado é aéreo. Precisei mudar os vetores de força.

Terra – Falando em mudança de vetores, como está sendo a temporada no Theatro NET SP do musical no qual você interpreta Charles Chaplin?

Homem de Mello – Sucesso maior do que esperávamos. Cinco sessões semanais lotadas. Chaplin, na minha opinião, foi o maior bailarino e coreógrafo de todos os tempos. Nada mais dançante do que conseguir se expressar sem falar nada.

Terra – Como é a sua rotina de treinos?

Homem de Mello – Muda de acordo com o trabalho. Agora, estou na musculação quatro vezes por semana, balé três e sapateado uma. Pilates só quando dá. Mesmo com agenda apertada, bailarino não pode parar, senão perde alongamento, técnica, eixo. Perde tudo!

Terra – Qual é seu próximo desafio na dança?

Homem de Mello – Acabei de coreografar para o Prêmio da Música Brasileira uma homenagem à Maria Bethânia com 14 bailarinos no Rio. Uma “responsa”! [risos]. Também fui convidado para ser coreógrafo de uma trupe de bailarinos circenses que fazem parte de um cabaré em uma nova minissérie da Rede Globo que será dirigida por Denise Saraceni.

Terra – Onde você busca inspiração e motivação para seu trabalho?

Homem de Mello – A maior motivação é minha paixão pelo meu trabalho. A inspiração vem de vários lugares, como um livro, quadro, cena, conversa, carta, lembrança. Adoro esta profissão. Falar dela me emociona.

Fonte: Cross Content
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