Em uma cidade no norte da Inglaterra no meio da década de 80, um garoto de 11 anos enfrenta a desaprovação da sua família – e da comunidade tradicional – ao desdenhar o boxe e perseguir seu sonho de ser dançarino. A história contada pelo diretor Stephen Dry no filme Billy Elliot (2000) chega ao Brasil em um musical que estreia nesta sexta-feira (2) no Credicard Hall, em São Paulo, onde fica até o dia 18.
Para desembarcar no Brasil, a peça será apresentada na íntegra, inclusive na sua língua original, o inglês, com legendas. Para o diretor residente Steve Minning, as emoções da peça “transcendem a barreira da linguagem”. “Fiz vários shows com esse formato no exterior e a mensagem é universal. Como qualquer coisa. Um ato de bondade entre pessoas que não falam a mesma língua é reconhecido por si só. Creio que a história de Billy Elliot se encaixa nisso. Um garoto dentro de um contexto político e com desafios pessoais para buscar seu sonho com chances mínimas mostra isso”, disse em entrevista ao Terra.
Empolgado com a possibilidade de trazer o musical em seu formato original ao Brasil e desbravar um mercado diferente, Steven se enche de entusiasmo ao falar do desafio de transformar uma história de cinema em musical. “No filme você tem a habilidade de usar a câmera para dar closes nas pessoas, mostrar suas expressões de perto e basicamente fazer o que quiser em qualquer lugar do mundo. No teatro você trabalha com um espaço limitado, mas precisa comunicar a mesma ideia que é colocada no roteiro do filme, esse é o desafio”, afirmou.
Dentro das limitações que o palco do espetáculo propõe, Minning ainda ressalta a importância do contato “olho no olho” que o teatro dá para quem está no palco e quem está na plateia. “Aí entra a criatividade dos designers em construir o mundo de Billy Elliot no palco e passar todos os sentimentos da peça sem usar os recursos que a câmera tem. É ao vivo. Você tem a resposta do público na hora”, conclui.
Despedida e festa no palco
A busca por um ator que faça Billy Elliot – no cinema, o papel lançou o ator Jamie Bell – exige dos concorrentes habilidades em canto, atuação e dança. Tudo isso em uma faixa etária por volta dos 11 ou 12 anos. Aos 15 anos de idade, o canadense Ty Forhan foi um destes que se destacou em seleções que ultrapassaram 2500 competidores.
Ty, que também conversou com o Terra por telefone, vem ao Brasil ao lado de Drew Minard e Tobin Mitchell, que se revezam no papel. “O elenco se tornou minha família. Vivemos juntos por um ano e meio. Dizer adeus é bem complicado”, disse o ator, que após a temporada irá se dedicar aos estudos e fazer testes para outros papéis.
Dentro de uma rotina exaustiva – a peça será encenada de terça a domingo -, Forhan explica os cuidados necessários para se estar sempre 100%. “Fazemos aquecimento e alongamento antes de qualquer coisa para não machucarmos nossos corpos. Precisamos estar saudáveis sempre. Fazemos aquecimentos vocais e físicos antes de poder ensaiar e também antes das apresentações”, afirmou.
A folga durante as segundas-feiras no Brasil deverão ser aproveitadas para diversão, como espera Ty. “Nunca estive no Brasil e estou muito empolgado em ir para São Paulo para conhecer as pessoas, experimentar a comida daí, a cultura e ver as diferenças. Quero me divertir o máximo possível. Teremos as segundas-feiras livres, então espero que eu possa curtir bastante”, continuou.
Dando um spoiler sem querer em sua entrevista, o ator deixa escapar como é o encerramento do musical, sua parte predileta. “Minha parte favorita do show é o encerramento. Em vez encerrarmos a peça de um jeito normal, fazemos um sapateado com todos no palco. Para mim é como se fosse uma festa de todo o elenco. Eu curto muito”.
Billy Elliot, o Musical - São Paulo
Data: 2 a 18 de agosto
Horários: terça a sexta-feira, 21h. Sábados, 16h e 21h. Domingos: 15h e 20h.
Local: Credicard Hall – São Paulo (SP) - Av. das Nações Unidas, 17955 – Santo Amaro
Capacidade: 3578 lugares
Ingressos: de R$25 (meia-entrada) a R$280
Duração: aproximadamente 2h50 (incluindo intervalo)
Classificação etária: Livre. A partir de 12 anos desacompanhados