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Londres salda dívida para com a arte latina contemporânea

2 abr 2014 - 11h26
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Londres tem um forte mercado artístico, incentivado por milionários de todo o mundo, mas tem prestado pouca atenção à arte contemporânea latino-americana, uma dívida parcialmente paga com uma exposição na Galeria Saatchi.

"Pangea: nova arte da África e da América Latina" inaugurou na terça-feira no museu do colecionador Charles Saatchi em Sloane Square, o coração da arte contemporânea em Londres.

O Reino Unido é o terceiro país do mundo em arrecadações em leilões de arte (2 bilhões de euros em 2012), sendo superado apenas pela China e os Estados Unidos, de acordo com artprice.com.

No entanto, ao contrário de Nova York, em Londres há poucos leilões de arte latino-americana e a possibilidade de descobrir novos artistas se limitada à feira Pinta, cuja edição este ano acontece de 12 a 14 de junho.

"Pangea" reúne o trabalho de 16 artistas, entre os quais os brasileiros Antonio Malta Campos e Christian Rosa, o peruano José Carlos Martinat e os colombianos Rafael Gomezbarros, Óscar Murillo e Fredy Alzate.

"Como resultado das novas alianças comerciais e políticas, a arte dos mercados emergentes, que antes permaneciam trancadas na intemporalidade perpétua do 'primitivismo', expandiu o seu alcance (...) Os artistas desta exposição narram visualmente a complexidade da suas cidades, pessoas e experiências", explica a galeria da exposição.

O brasileiro Antonio Malta Campos, de 51 anos, se define como um pintor modernista e é um exemplo da importância da exposição, porque permitiu que seus quadros viajassem para o exterior pela primeira vez.

"Esta é a primeira exposição internacional que participo. É fantástico, porque o mundo da arte é muito internacional, não pode permanecer por toda a vida em um local", declarou à AFP.

"Londes é uma cidade cosmopolita, há pessoas de todo o mundo e me sinto muito bem-vindo", acrescentou.

Malta Campos acredita que esta é uma oportunidade única de expor junto a artistas africanos.

Apesar das conexões históricas, "no Brasil queremos ser mais europeus (que africanos), e agora que estou aqui, na Europa, acabo expondo com artistas africanos. É fantástico, é muito enriquecedor".

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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