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Maior feira de tatuagem da América Latina começa hoje em São Paulo

18 jul 2014 - 20h29
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Times de futebol, personagens religiosos e super-heróis, ícones românticos ou diabólicos, homenagens a pais, filhos e amores em letras grandes fazem são as tatuagens mais pedidas pelo público que se reuniu a partir desta sexta-feira na Tattoo Week, a maior convenção de arte na pele da América Latina, que acontece em São Paulo até domingo.

"O amor pela arte me motivou me tatuar, sempre fui apaixonado por esta estética fora do padrão, e quando fiz 18 anos resolvi me dedicar só a isso", contou o tatuador Maycoln Tarasevic, conhecido como "Caveira", de 23 anos.

Ele, que fez a primeira tatuagem aos 19, em quatro anos fechou 70% do corpo, e até o rosto e a retina são pigmentadas de preto.

"Com o aumento das tatuagens visíveis, da última década para cá, (a tatuagem) vai acabar se tornando uma coisa natural, porque quase todo mundo gosta, mas às vezes não faz por causa do trabalho ou da família. Para mim é uma questão de identidade, eu fui emendando uma tatuagem na outra até formar um esqueleto, que tem como significado igualdade", disse.

Os primeiros indícios de corpos desenhados têm quatro mil anos, e desde então a tatuagem se popularizou oscilando entre a rebeldia e a identidade, historicamente usada para identificar criminosos e nomear poderosos, como um adorno corporal, uma forma de comunicação em tribos indígenas e também para esconder imperfeições.

Tarasevic acha que é cada vez mais difícil encontrar brasileiros que tenham o corpo 'virgem' e a participação de 325 tatuadores e podypiercers na Tattoo Week é uma amostra disso.

"Hoje existem mais de 130 convenções por ano no Brasil, há três anos eram 50, acho que está se tornando parte da identidade do brasileiro", afirmou.

Sobre o público que busca tatuagens, ele contou que são mulheres que mais buscam tatuagens, desde borboletas a tatuagens florais, e em geral, as caligrafias são as mais procuradas por "marcarem momentos da vida".

A enfermeira Rosângela Ribeiro foi visitar a feira e decidiu fazer um desenho. "É minha primeira tatuagem e resolvi fazer no evento para me inspirar e dar coragem. Eu gostei do traço da tatuadora e ela me passou confiança para fazer a imagem da minha santa de devoção", contou.

Renato Willian, mais conhecido como "Scott", é dono de um dos estúdios de tatuagem de São Paulo que participa da convenção e disse que imagens religiosas e caligrafias com nomes de filhos e pais são "os mais pedidos" do momento.

"No evento trabalhamos como se estivéssemos em nosso estúdio, mas divulgando nosso trabalho", contou o tatuador, que destacou a importância da troca de informações e contatos que a Tattoo Week proporciona.

O evento também reuniu os mais apaixonados pela arte corporal de todo mundo, e tem a presença de tatuadores de Itália, Espanha, Portugal, Áustria, Estados Unidos, Austrália, Argentina, Uruguai e Japão.

"Participo da feira pela visibilidade, para fazer contatos e divulgar nosso trabalho no lugar numa metrópole que reúne o maior número de tatuados, como São Paulo", destacou o tatuador chileno Gabriel Puas.

O israelita Ami James, um dos mais respeitados tatuadores do mundo, estrela de vários reality shows de televisão, como "Miami Ink" e "NY Ink", marcou presença em uma das tendas expositoras.

Durante o evento a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo promoverá testes gratuitos de HIV, sífilis e hepatites B e C.

EFE   
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