Morre o alemão Günter Grass, Prêmio Nobel de Literatura
Ele era considerado o mais importante escritor em língua alemã do pós-guerra e tinha 87 anos
O alemão Günter Grass, Prêmio Nobel de Literatura e Príncipe das Astúrias das Letras, morreu aos 87 anos de idade em Lübeck, informou nesta segunda-feira (13) a editora Steidl.
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Considerado o mais importante escritor em língua alemã do pós-guerra e uma referência em seu país, ele conquistou fama mundial com a publicação do romance O tambor de lata, em 1959. Quarenta anos depois, em 1999, recebeu os dois mais importantes prêmios da literatura mundial, o Nobel e o Príncipe das Astúrias das Letras.
Outras obras de destaque do autor foram Descascando a cebola (2006), seu polêmico livro de memórias; A passo de caranguejo (2002), além de O meu século (1999), Uma longa história (1995), Anos de cão (1963) e O gato e o rato (1961).
Grass é uma autoridade moral e política na Alemanha, por seu compromisso constante com o passado recente do país e capacidade de entrar em qualquer polêmica e controvérsia.
O escritor apoiou a política do Partido Social-Democrata (SPD) em tempos do chanceler Willy Brandt e, embora depois tenha se afastado da legenda por considerá-la centrista demais, apoiou sucessivas campanhas eleitorais, incluindo a de Gerhard Schröder, que governou a Alemanha de 1998 a 2005.
Grass foi um crítico ferrenho dos conservadores, especialmente nos tempos do chanceler Helmut Kohl (1982-1998). No terreno literário, tornou-se lendária sua inimizade com o mais feroz crítico do país, Marcel Reich-Ranicki.
Nos últimos tempos, sua figura esteve envolvida em sucessivas polêmicas, tanto por seu reconhecimento nas memórias publicadas em 2006, que serviu nas tropas nazistas SS Waffen, como por suas críticas a Israel, algo considerado um tabu na Alemanha.
Há dois anos, o escritor afirmou que Israel era uma ameaça para a paz mundial.