PUBLICIDADE

Paulo Vilhena fica nu em peça: "É bom que atrai público"

8 out 2009 - 07h42
(atualizado às 08h48)
Compartilhar

Intimidade se cria com afeto e pouca roupa. Eis a teoria popular atestada por Paulo Vilhena e Beto Bellini em cena no espetáculo O Arquiteto e o Imperador da Assíria, com estreia para convidados nesta quinta (8), às 21h, no Teatro do Leblon (onde fica em cartaz até 20 de dezembro). Despidos de pudores na montagem - ora eles aparecem nus, ora apenas de cueca -, os atores criaram também uma relação além-palco sem firulas e com muito carinho.

"A base do espetáculo é nossa. O texto expõe nossas mazelas e dificuldades. Quando subo ao palco, começo a me desnudar, comungar com essas questões. Por isso, criou-se uma intimidade muito visceral entre nós", diz Paulinho, mais contido que o companheiro. "A gente se deu muito um para o outro. Só não transamos por uma questão de opção sexual. Outro dia, quando eu vi o Paulinho desfilando, exuberante, pensei: se eu fosse mulher me entregava para esse cara", declara-se Beto.

A aproximação dos atores foi fundamental para a concepção dos personagens do texto de Fernando Arrabal: um homem civilizado (Beto) e um primitivo (Paulinho), que convivem numa ilha deserta. A peça, remontada no Rio após estrear em 2008 em São Paulo, exige "falta de vergonha" e muito esforço físico - eles se movimentam por todo o teatro e perdem até 3kg por apresentação. "Ah, o pessoal hoje é tão moderno, né? Não vamos sair por aí pelados, mas não temos problemas com o corpo e com o toque", diz Paulinho, sem se incomodar com a repercussão do assunto: "É bom que atrai gente, é mais público para nós".

Sem problemas com o que está à mostra, Paulinho teve conflitos bem mais interiores. "O texto trata de questões muito profundas. Durante os ensaios, passei por momentos de desespero, até achar que fosse enlouquecer, que ia ficar esquizofrênico. Comecei a me pegar falando sozinho pela casa e ao dormir também. Parecia que tinha um diabinho que ia e voltava, uma confusão mental mesmo", diz ele, que se curou sem procurar ajuda psicológica e filosofa sobre a insanidade. "A loucura é do cacete, mas tem que saber administrar. Tem que perceber quando ela está te puxando e subverter isso", ensina.

Paulo Vilhena fica nu na peça 'O Arquiteto e o Imperador da Assíria'
Paulo Vilhena fica nu na peça 'O Arquiteto e o Imperador da Assíria'
Foto: TV Globo / Divulgação
Fonte: O Dia
Compartilhar
Publicidade