A presidente da República, Dilma Rousseff, participou, na noite desta sexta-feira (1), da inauguração do MAR (Museu de Arte do Rio), na zona portuária do Rio de Janeiro. No evento, ela lembrou de seus tempos de cárcere privado durante a ditadura militar brasileira ao comentar as manifestações contrárias à revitalização da região, que tiveram direito a panelaço do lado de fora do local, bem próximo ao palanque onde Dilma discursava, atualmente livres para ocorrer.
“Gostaria de lembrar de um episódio de 1971, quando eu fui transferida da operação Bandeirantes para a Tiradentes e vim para cá. Fiquei na Polícia Federal, aqui ao lado. Minha cela era interessante: metade era cinza e tinha muita barata. É o que eu lembro. A gente não lembra de tudo, o que em parte é até bom”, recordou a presidente.
“Estou contando isso porque acho que este País mudou. Hoje, um presidente convive perfeitamente com os sons das ruas, com as manifestações, com o processo democrático, o que na minha época de juventude não era usual."
Com cartazes com dizeres como “O Rio não está a venda”, os manifestantes faziam bastante barulho com apitos e panelas para chamar a atenção contra as remoções de habitações da região, que consideram irregulares, e contra a Parceria Público Privada, tão apregoada pelo prefeito Eduardo Paes, classificada por eles como promoção de uma “revitalização vendida”.
“Esse barulho das ruas traz a certeza de que este País é democrático, que nós todos aqui achamos perfeitamente natural que haja essa convivência. Por isso eu contei esse episódio."
Revitalização
O MAR é o primeiro grande marco do processo de revitalização da região portuária do Rio de Janeiro, há muitos anos degradada. O objetivo da Prefeitura é, por meio da Parcerias Público-Privada, revitalizar a área com investimentos de quase R$ 8 bilhões, entre eles, nos túneis que vão culminar com a demolição total do viaduto da Perimetral.
“Há um meio de a gente entender a vida, que nós sabemos que é aquele que pode nos encantar, fazer com que nós tenhamos uma comunhão de afeto, de impressões e avaliações de saber como viver. E esse meio é a arte”, exaltou Dilma sobre o museu.
A presidente chamou a atenção ainda para o fato de que um equipamento cultural como o que Rio de Janeiro inaugura, justamente no seu aniversário de 448 anos, é um marco para uma cidade que respira hoje novos ares.
“Eu acredito que todos nós aqui sabemos o que isso significa para esta cidade. É mais um museu. Quando alguém vem de outros estados ou de fora, ele vai ter o lugar para conhecer a nossa história artística, nossa alma, o que sentimos e pensamos ao longo dos séculos”, finalizou, ao lado do governador Sérgio Cabral e do prefeito Eduardo Paes, puxando um canto de parabéns para a cidade.
No entanto, ela chegou a interromper a cantoria por um instante para se desculpar por uma falha em sua voz.
A presidente da República, Dilma Rousseff, participou na noite desta sexta-feira (1) da inauguração do Museu de Arte do Rio (MAR), na zona portuária do Rio de Janeiro, e lembrou dos seus tempos de cárcere privado da ditadura ao comentar o fato de que manifestantes contrários a revitalização da região, que faziam um panelaço do lado de fora, bem próximo do palanque onde Dilma discursava, hoje têm livre arbítrio para protestar
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Dilma estava ao lado do governador Sérgio Cabral, e do prefeito Eduardo Paes
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Gostaria de lembrar de um episódio de 1971, quando eu fui transferida da operação Bandeirantes, para a Tiradentes, e vim para cá, fiquei na Polícia Federal, aqui ao lado. Minha cela era interessante. Metade era cinza e tinha muita barata, é o que eu lembro. A gente não lembra de tudo, o que em parte é até bom, recordou a presidente
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Dilma foi homenageada no evento
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Estou contando isso porque eu acho que esse país mudou. Hoje, um presidente convive perfeitamente com os sons das ruas, com as manifestações, com o processo democrático, o que na minha época de juventude não era usual, completou
Foto: Daniel Ramalho / Terra
O MAR é o primeiro grande marco do processo de revitalização da região portuário do Rio de Janeiro
Foto: Daniel Ramalho / Terra
A Prefeitura tem como um dos principais objetivos revitalizar a região com uma PPP com investimentos de quase R$ 8 bilhões, entre eles, os túneis que vão culminar com a demolição total do viaduto da Perimetral
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Dilma Rousseff chamou a atenção ainda para o fato de que um equipamento cultural como o que Rio de Janeiro inaugura, justamente no seu aniversário de 448 anos, é um marco de uma cidade que respira hoje novos ares
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Eu acredito que todos nós aqui sabemos o que isso significa para essa cidade. É mais um museu"
Foto: Daniel Ramalho / Terra
"Quando alguém vem de outros estados, ou de fora, aqui no Rio de Janeiro, ele vai ter o lugar para conhecer a nossa história artística"
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Marta Suplicy estava na inauguração
Foto: Daniel Ramalho / Terra
None
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Com cartazes com dizeres como O Rio não está a venda, os manifestantes faziam bastante barulho ainda com apitos para chamar a atenção contra as remoções de habitações da região, que consideram irregular, além do fato da Parceria Público Privada, tão apregoada pelo prefeito, promover o que chamaram de revitalização vendida
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Esse barulho das ruas traz a certeza de que esse país é democrático, que nós todos aqui achamos perfeitamente natural que haja essa convivência, por isso eu contei esse episódio, afirmou ainda
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Há um meio de a gente entender a vida, que nós sabemos que é aquele que pode nos encantar, fazer com que nós tenhamos uma comunhão de afeto, de impressões e avaliações de saber como viver, e esse meio é a arte, prosseguiu.