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Sob aplausos, chega ao fim velório de Umberto Eco na Itália

Agora, corpo será cremado

23 fev 2016 - 13h31
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Foto: EFE

Chegou ao fim o funeral do escritor italiano Umberto Eco, realizado nesta terça-feira (23) no Castelo Sforzesco. Conforme a vontade de um dos maiores escritores da história, o cerimonial foi estritamente laico. O caixão com o corpo de Eco deixou o local do velório sob muitos aplausos. Agora, o corpo do escritor será cremado em cerimônia privada.

O Senado da Itália fez um minuto de silêncio antes do início dos trabalhos nesta terça-feira para homenagear Umberto Eco. A vice-presidente da Casa, Linda Lanzillotta, falou sobre as obras do escritor e emocionou os parlamentares.

"Professor", "simples", "supremo e completo": amigos falam de Eco

A ministra italiana da Educação, Stefania Giannini, lamentou a morte do escritor durante o funeral do italiano. "Eco é o símbolo daquele classicismo inovador, do qual nós temos tanta necessidade, e do qual nosso país é líder no mundo. Nós perdemos um professor, mas não perdemos suas lições. Caríssimo professor Eco, caríssimo Umberto, hoje não é um adeus", disse a representante do governo em discurso no funeral.

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Já a prefeita de Alessandria, Rita Rossa, afirmou em sua fala que Eco amava sua cidade natal e que gostava de falar em dialeto quando passava seus dias no local. "Lembro de suas frases em dialeto, quando ele dizia que ir para a Igreja fazia bem, porque nunca se sabe. Era um homem muito simples", ressaltou. 

O neto de Umberto Eco, Emanuele, fez um discurso emocionado durante o velório do avô e afirmou estar "orgulhoso" pelo escritor. "Querido avô, queria fazer uma lista com todas as coisas que fizemos juntos nestes 15 anos, mas ela seria muito longa. Estou orgulhoso de você e é uma grande coisa ter um avô assim. Obrigado por suas histórias", disse o jovem.

Ele ainda afirmou: "desde pequeno, lembro de seu afeto, de sua generosidade e de sua sabedoria e vi crescer sua inteligência e ironia - que nunca faltavam. Depois pelas músicas que vocês me fez escutar e por todas as coisas que você me transmitiu". Além de arrancar muitos aplausos pela emoção, a referência de Emanuele tem a ver com uma carta publicada por Umberto Eco no jornal L'Espresso, há alguns anos, em que o avô pedia para ele "estudar a memória". 

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A diretora de cinema Elisabetta Sgarbi, que é responsável também pela editora que lançará o último livro de Umberto Eco, afirmou que o escritor italiano era um homem "supremo e completo". "Perdemos uma grande personalidade do século passado e desse início de século. O qual tinha uma grandeza que ainda temos muita coisa para aprender. Ele era um homem supremo e completo", ressaltou a diretora. O livro "Pape Satan Aleppe - Crônicas de uma Sociedade Líquida" será lançado no dia 26 de fevereiro pela editora La Nave di Teseo, co-fundada por Eco e outros escritores italianos.

O escritor e dramaturgo italiano Dario Fo revelou que Umberto Eco o queria na versão para os cinemas de seu livro "Em Nome da Rosa". "Ele me queria no 'Em Nome da Rosa, mas o trabalho era muito pesado para mim e não o fiz. Eco era fascinado pelo (estilo) Grammelot", revelou o Nobel de Literatura para a Radio Capital

Com informações da Agência Ansa

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Roberto Benigni
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Fonte: Terra
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