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vc repórter: arquiteta usa arte contra tumor e é reconhecida fora do País

15 jul 2013 - 22h16
(atualizado em 9/12/2013 às 15h34)
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<p>A última exposição de Roberta aconteceu nos Estados Unidos, na sede da Organização das Nações Unidas</p>
A última exposição de Roberta aconteceu nos Estados Unidos, na sede da Organização das Nações Unidas
Foto: Roberta Paulli / vc repórter

Em agosto de 2009, a arquiteta Roberta Pauli foi ao médico com uma dor de cabeça. Relatou o problema, respondeu a perguntas e se submeteu a alguns exames de rotina. O resultado de um deles chegou acompanhado de um diagnóstico que a pegou de surpresa. Então com 30 anos, a moradora de Marília, no interior de São Paulo, descobriu portar um tumor no cérebro. A revelação, e o tratamento com intervenções cirúrgicas, em vez de desmotivá-la, serviram para que iniciasse carreira como artista plástica. Hoje, menos de 2 anos após começar com a pintura, já conta com reconhecimento internacional.

A nova escolha profissional não foi planejada, servia como uma “terapia mental”, segundo descreve a artista, para contradizer um prognóstico desagradável recebido em 2011. “Após já ter passado por duas cirurgias, fui a um médico que me disse que eu não poderia mais exercer minha profissão de arquiteta, porque eu teria a parte correspondente à criatividade no cérebro afetada durante o tratamento”, conta.

“Eu quis, então, exercitar esse lado criativo através das artes plásticas e me dediquei a técnicas de estamparia e pintura a mão”, revela.  Em poucos meses, as primeiras obras foram recebendo elogios de amigos e parentes, motivação extra que fez Roberta “bater na porta” de galerias de arte de São Paulo para apresentar seu trabalho.

Ela também passou a divulgar sua arte através do Facebook. Foi por meio da página na rede social que uma curadora brasileira radicada em Paris, França, conheceu as peças de Roberta e a convidou para expor no mundialmente famoso Museu do Louvre, em outubro de 2012, pouco mais de um ano depois que ela começou a pintar.

<p>Na tela que batizou de "Divino", Roberta garante ter recebido sinais que a fizeram rever suas crenças</p>
Na tela que batizou de "Divino", Roberta garante ter recebido sinais que a fizeram rever suas crenças
Foto: Roberta Paulli / vc repórter
Apoio "Divino"

Com dezenas de obras em seu portfólio, que inclui também design de objetos de decoração, Roberta não hesita na hora de eleger sua favorita. “Divino” é o nome da tela que a fez rever alguns conceitos em relação à sua fé. “Passava por um momento difícil, ainda em recuperação, mas sempre contando com o apoio total da família e do meu marido. Certa noite, comecei a pintar esse quadro. No dia seguinte, quando olhei para ele, vi que um dos quadrados pintados tinha a face de Jesus”, revela.

Roberta nunca foi católica fervorosa e a princípio não deu muita importância à suposta aparição. Até que, diz, recebeu um novo sinal, no mesmo quadro: uma cruz no canto superior direito. Em meio à ansiedade inerente ao tratamento, de saber se ficaria ou não curada e sabendo que teria que passar por uma terceira cirurgia, ela interpretou os símbolos como uma mensagem divina de que ficaria bem e que deveria reforçar sua fé.

Antes da terceira e mais recente operação para remover o tumor – que não pôde ser retirado por completo -  ela procurou um centro espírita de Franca, no interior de São Paulo, onde se submeteu a uma cirurgia espiritual. Quando se apresentou para a intervenção da medicina “tradicional”, garante ter surpreendido os médicos. O tumor havia regredido. "Para retribuir as bênçãos que recebi, duas vezes por semana sou voluntária ensinando arte a crianças carentes em dois centros de apoio de Marília, por meio do projeto Cor Ação", diz orgulhosa.

Exposição na sede da ONU

Ainda conciliando as duas profissões, tendo a arquitetura como principal fonte de renda, Renata segue recebendo convites do exterior. O último deles foi para expor suas obras na sede da Organização das Nações Unidas (ONU) nos Estados Unidos. “Foi um sonho receber esse convite de um país do qual eu gosto tanto. Não pensei duas vezes”, conta a artista, que prestigiou a exposição no último mês de junho. 

A internauta Roberta Pauli, de Marília (SP), participou do vc repórter, canal de jornalismo participativo do Terra. Se você também quiser mandar fotos, textos ou vídeos, clique aqui.

vc repórter
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