Especialistas afirmam que arquitetura pode ser melhorada
Inédito no Brasil, o Arq. Futuro trouxe ao País um encontro no qual todas as esferas da arquitetura são tema de debates e reflexão. O evento, feito por arquitetos para arquitetos, reuniu grandes nomes do cenário arquitetônico entre os dias 21 e 23 de novembro em São Paulo.
Entre eles, estiveram presentes Paul Goldberger, crítico de arquitetura da revista New Yorker, e Jacques Herzog, arquiteto reconhecido mundialmente e responsável por obras tecnológicas - segundo ele próprio, onde as pessoas são os atores principais.
A mediação de um dos debates foi realizada pelo economista, diplomata e crítico de arquitetura André Corrêa do Lago, que não escondia a animação ao participar da programação. Confira as entrevistas que o Terra teve com esses ilustres convidados.
O que acha do cenário atual da arquitetura brasileira?
Paul Goldberger
: Estou muito animado com a energia brasileira. São tantos bons arquitetos que existem por aqui e tantas ideias novas surgindo sobre arquitetura que é muito bom fazer parte desse ambiente. A cultura de arquitetura no Brasil é vibrante e as coisas que acontecem por aqui acabam alimentando a forma como a arquitetura evolui.
Existe uma forma de melhorar ainda mais a arquitetura?
Goldberger
: Arquitetos respondem aos anseios de seus clientes, por isso acredito que uma forma simples e rápida de melhorar a arquitetura é mudando a visão dos clientes.
Jacques Herzog, o senhor acredita que contratar pessoas jovens (os seus funcionários têm menos de 40 anos) agrega originalidade às obras do seu escritório?
Jacques Herzog
: Sim, com certeza. Os jovens são a chave do futuro. Além disso, queremos que o Herzog & De Meuron continue atuando no mercado, mesmo depois de uma eventual partida dos sócios, como eu. Essa é a fórmula mágica para dar continuidade aos nossos projetos.
O que você pode dizer sobre o Complexo Cultural da Luz?
Herzog
: Sem dúvida se trata de um projeto que contempla a convivência das pessoas, privilegiando o espaço verde. Temos que aproveitar a herança moderna do país para integrar as construções à natureza. O complexo terá três teatros, escola de dança e música, diversas entradas diferentes e passarelas coloridas.
André Corrêa do Lago, o que acha do Arq. Futuro?André Corrêa do Lago
: Com a influência do Brasil, que tem uma absorção natural das coisas, o país precisa saber responder a essas novas demandas. Participar de um evento como esse, com a presença de arquitetos que são referência no mundo, é uma forma de estarmos mais bem preparados para a conjuntura atual.
A crítica de arquitetura é importante para o Brasil?
Corrêa do Lago
: Na Argentina, por exemplo, existem cadernos especiais semanais sobre arquitetura em quase todos os jornais. A imprensa é absolutamente responsável pelo pouco espaço da crítica especializada no Brasil, pois é ela que provoca a vida do debate. A questão é a continuidade. Um acontecimento pode até ter uma grande influência, mas se ele não ganha corpo e repercussão, vem o enfraquecimento. É preciso cada vez mais divulgar os eventos desse tipo e informar as pessoas sobre a importância da arquitetura para suas vidas.
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