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Flip: neurocientista fala sobre "utopia" para a Copa de 2014

7 jul 2011 - 23h05
(atualizado às 23h07)
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Claudia Andrade
Direto de Paraty

Com uma blusa verde, o neurocientista palmeirense Miguel Nicolelis falou nesta quinta-feira (7) na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) sobre o projeto que tem para a Copa do Mundo 2014, que será realizada no Brasil. Seu plano fazer com que uma criança tetraplégica possa dar o pontapé inicial para a Copa com a ação do cérebro, por meio de uma veste robótica.

"Espero que ela possa entrar no campo, è frente do time nacional, no país do futebol, na Copa do Mundo, e executar o primeiro gol da ciência brasileira pra toda a humanidade", disse o neurocientista, com a voz embargada, sendo muito aplaudido.

O codiretor do Centro de Neuroengenharia da Duke University (EUA) defendeu sua "utopia de restaurar movimentos" citando aquele que é considerado inventor do avião. "Para quem me diz que brasileiro não realiza sonhos impossíveis, eu gosto sempre de mostrar a história de Santos Dumont".

Ele voltou a citar o inventor ao falar sobre um programa educacional que mantém em Natal (RN). "Se o Santos Dumont tivesse ido pra escola, ele nunca tinha voado. Iam dizer que era loucura, para ele fazer a lição. Depois de dizer ouvir isso várias vezes ele ia dizer que não vale a pena fazer nada".

Diretor científico do Instituto Internacional de Neurociências de Natal, ele definiu o projeto como um "casamento entre Paulo Freire e Santos Dumont", um "microexperimento de nação, de utopia, do que esse país poderia em larga escala ser e que eu acredito que um dia vai ser".

Segundo ele, no programa, há uma tentativa de se criar maneiras diferentes de transmitir conhecimento, por meio do aprendizado 100% prático, com a participação ativa das crianças. É um caminho para substituir o sistema atual, que Nicolelis considera falido.

"O modelo educacional que nós usamos faliu. Ele parte da premissa de tentar vender um produto para alguém que não quer comprar. O cérebro das nossas crianças é bem diferente do das gerações anteriores. Temos pela primeira vez na história uma geração que é mais proficiente em certas tecnologias do que uma geração anterior", concluiu.

Sua ideia é fazer com que uma criança tetraplégica dê o pontapé da Copa por meio de uma veste robótica
Sua ideia é fazer com que uma criança tetraplégica dê o pontapé da Copa por meio de uma veste robótica
Foto: Walter Craveiro / Divulgação
Fonte: Terra
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