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Flip: artistas e poetas levam clima de alegria às ruas de Paraty

7 jul 2012 - 15h31
(atualizado às 16h38)
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Marina Azaredo
Direto de Paraty

Enquanto os auditórios recebem renomados escritores nacionais e internacionais para debater suas obras, as ruas de Paraty vivem um clima quase circense neste fim de semana de Flip (Festa Literária Internacional de Paraty). Por todos os lados, artistas vindos dos quatro cantos do Brasil circulam divulgando projetos, comercializando livros de autoria própria ou apenas caminham para conhecer pessoas com gostos parecidos com os seus.

É o caso dos jovens Pedro Tostes e Alice Souto, autodenominados "poetas independentes", que viajaram da capital fluminense para a cidadezinha litorânea a fim de divulgar seu trabalho e encontrar amigos escritores como eles. "Jamais estaremos na tenda dos autores, mas a gente se diverte", brinca Tostes, que, assim como a colega, vende seu livro, todo artesanal, a R$ 10.

O casal Antônio Fernando Rocha e Marinalva Bezerra de Menezes Santos vivem uma realidade parecida em Paraty. Naturais de Esperança (PB), os dois frequentam regularmente eventos literários e festejos juninos para vender seus folhetos de literatura de cordel, escritos em conjunto, a R$ 3. Ambos - ele, representante comercial, ela, professora - ficam de 10 a 12h por dia caracterizados com fantasias, sacrifício que esperam lhes render ao menos a venda de 500 cordéis durante a Flip.

Caracterizado ao longo de praticamente todo o dia também está o artista plástico e fotógrafo Lucas Vital, 27 anos, mais conhecido nas ruas como Palhaço Chulé. Com uma vasta cabeleira encaracolada bastante armada e o tradicional nariz redondo vermelho, ele viajou de Belo Horizonte (MG) para Paraty, onde passa as horas divulgando a programação da off-Flip - eventos paralelos à festa, realizados na cidade.

Os artesãos Flávio Davi Arruda e Orlacires Soares, então, levam a caracterização ao limite. Envoltos em uma roupa completamente suja de barro - e pele idem -, os dois ficam parados como estátuas ao longo de muitas horas na esperança de conseguirem uns trocados. No entanto, eles confessam que preferiam muito mais vender seus brincos e bijuterias de fabricação própria do qye fazer o que fazem.

"Rola muita ficalização em Paraty. Então, não é o que gostamos, mas somos obrigados a ser essas estátuas para sobreviver", lamenta Arruda. "Já apreederam todos os meus livros aqui, com a polícia nos acusando de transformar a Flip em feira livre", faz coro Pedro Tostes, ironizando: "eles que vendem ingresso e é a gente que tranforma a Flip em evento comercial".

Casal veio da Paraíba para vender seus cordéis na festa: eles esperam comercializar 500 até este domingo
Casal veio da Paraíba para vender seus cordéis na festa: eles esperam comercializar 500 até este domingo
Foto: Marina Azaredo / Terra
Fonte: Terra
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