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Ícones da cultura brasileira homenageiam Saramago

23 set 2010 - 00h08
(atualizado às 05h11)
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Grandes personagens da cultura brasileira prestaram nesta quarta-feira, em São Paulo, uma homenagem com clima intimista ao escritor português José Saramago, falecido em junho. O evento contou com a presença da viúva do vencedor do prêmio Nobel, a espanhola Pilar del Río; com o cantor Chico Buarque e com o diretor de cinema Fernando Meirelles, entre outros.

"José Saramago escreveu literatura. Ele era um escritor. Brindemos pela palavra viva de Saramago e sua literatura", disse Danilo Santos de Miranda, o diretor regional do Sesc. Para ele, atualmente não há produção literária com compromisso, algo muito diferente do que fez Saramago, que, para ele, "não separava a voz política de sua literatura".

Pilar del Río foi quem começou a leitura dos fragmentos em um palco negro sobre o qual apareciam impressas em letras brancas trechos obras como "Ensaio sobre a Cegueira" e "O Evangelho segundo Jesus Cristo", entre outras.

Vestida totalmente de preto, assim como os demais participantes, à exceção de Chico, que estava de roupa marrom, a viúva do escritor foi a única que fez sua leitura por trás da tela sobre a qual se projetavam os textos, em uma simbologia do que ela representava para o escritor.

Entre os textos eram exibidas imagens extras do documentário "José & Pilar", com Saramago falando sobre sua experiência de vida e de seu ateísmo, em tom bastante irônico. As atrizes Denise Weinberg, Ligia Cortez e Bete Coelho, entre outros, também leram partes da obra de Saramago. O fragmento final ficou por conta de Chico Buarque.

Saramago era um homem "com uma grande lucidez e clareza. Era o campeão de inimigos", entre eles os capitalistas e o catolicismo, disse, antes do ato, Fernando Meirelles, que dirigiu a adaptação para o cinema de Ensaio Sobre a Cegueira e produziu José & Pilar, cuja estreia mundial acontece no próximo sábado no Festival do Rio.

Meirelles, que definiu o documentário como "muito revelador", afirmou: "Se não fosse por Pilar, Saramago não teria sido do tamanho que foi. Ela era seu complemento".

EFE   
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