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Exposição 'Rock & Barroco' põe moda jovem nos trilhos em SP

4 abr 2011 - 12h38
(atualizado às 12h58)
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Hermano Freitas
Direto de São Paulo

Três manequins equilibrados em vespas aguardam posicionados em frente a geradores de eletricidade. Ao comando do criador, o escultorJohan Muyle, um homem de 1,70 m, 55 anos, roupas pretas, calçando botinas e ostentando uma impecável careca raspada, começam a circularpor um circuito montado em um trilho de inox eletrificado.

Os três manequins representam três tendências da moda jovem alternativa: um é hippie e tem uma lâmpada fluorescente na cabeça; o outro é mod rocker dos anos 1960 (moda que dá sinais de viver um revival na Europa) e o terceiro manequim é do hip hop. Todas as motos têm uma placa em que se lê "Nada Impede" em três línguas: português, francês e latim. Em filaindiana, o artista coloca estas tendências dentro de um mesmo círculo fechado em que seguem o mesmo padrão, na mesma velocidade lenta.

A instalação é parte da exposição Rock & Barroco, que reúne quatro artistas plásticos belgas no Museu Brasileiro da Escultura (MuBE), no bairro Jardim Europa, em São Paulo, desta sexta-feira até o dia 24 de abril.

Além de Muyle, artistas plásticos como Noëlle Koning, Phillipe-Henri Coppée e Bernard Gilbert expõem quadros que têm na transgressão o principal ingrediente. A instalação sobre trilho do escultor Muyle se destaca, no entanto, por inusitada e por seus "acessórios".

Além do "autorama" lento das tribos jovens, o escultor assina uma peça com um fuzil Kalashnikov russo verdadeiro ligado a um televisor portátil que exibe um filme sobre conflitos étnicos na África e ainda outra peça audiovisual. Clicando em um botão, o visitante vê uma cortina de palco se desfraldar e surgir diante de si em uma tela o vídeo da execução do ditador iraquiano Saddam Hussein, enforcado em 2006.

"O vídeo representa um passo à frente na ideia do cinismo, da exposição, tudo é uma noção muito estranha da realidade, mas as peçasnão têm necessariamente nenhuma comunicação entre si", diz o escultor. As instalações, de acordo com Muyle, fazem parte de um conjunto queele chama de "coleção do mistério belga".

Ainda que reunidos em uma mesma exposição e compatriotas, os outros artistas plásticos não estão ligados entre si de nenhuma forma ousequer formam algo como uma escola. De acordo com a curadoria, todos exploram as cores à sua maneira, "de forma transgressora eindependente", mas sem nenhum conjunto.

Coppée colocou algumas de suas telas em tinta fluorescente em uma câmara hermética de modo a impressionar o visitante de forma diferente na claridade e na escuridão. Koning e Gilbert simplesmente se expressão através de óleo sobre tinta. No caso de Noëlle, algumas colagens do papel tingido com óleo provocam uma impressão ainda mais marcante das cores.

A exposição está aberta no MuBE, das 10h às 19h, de 3a feira a domingo, e a entrada é franca. O Museu fica na avenida Europa, 218, nobairro Jardim Europa, São Paulo.

Exposição de escultura reúne quatro artistas plásticos belgas no MuBE
Exposição de escultura reúne quatro artistas plásticos belgas no MuBE
Foto: Léo Pinheiro / Terra
Fonte: Terra
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