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Festival de quadrinhos Comics Fest dá novos ares ao gênero em Praga

5 nov 2011 - 14h08
(atualizado às 15h43)
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O festival internacional de quadrinhos Comics Festival, que termina neste sábado em Praga (República Tcheca), deu novos ares, segundo artistas hispânicos, a um mercado dominado pela produção francesa.

Na sexta edição do festival, organizado pela editora Revue Labyrint e pelo grupo Seqence, inclui 16 exposições, uma delas na estação de metrô da capital.

Foram exibidos filmes e uma peça de teatro de marionetes inspirada no longa sci-fi Barbarella, além de 17 conferências - como a História em quadrinhos espanhola. Do humor ao romance gráfico, dois polos do mesmo planeta.

O argentino Darío Adanti e o espanhol Paco Roca (Prêmio Nacional da História em Quadrinhos 2008) são alguns dos artistas convidados, assim como o francês Pascal Rabaté, ilustrador da revista BD, o suíço Frederik Peeters, autor do romance Blue Pills, e o russo Konstantin Komardin.

"Existe um filtro, que é a França, para o mundo da história em quadrinhos", ressalta Roca à Agência Efe. "Tudo na Europa passa pela França, inclusive o Mangá (história em quadrinhos japonesa). Este festival amplia este panorama e vai além da visão francesa e americana".

O autor portenho, além de desenhar história em quadrinhos, faz curtas de animação e gosta de combater o que ele chama de "cultura do vencedor". "Todos meus personagens são perdedores ou anti-heróis".

Roca também se interessa mais pelos "perdedores e marginalizados". Ambos os artistas concordam sobre a função educativa dos quadrinhos.

Nesta parte da Europa existe "outra visão do mundo e do século 20", afirma o portenho, de 40 anos. "Como nossa geração é do final do século, me interesso muito pela história contada pelo outro lado do mundo. Isso tem uma grande função pedagógica".

Sobre as histórias em quadrinhos de super-heróis, Roca, de 42 anos, diz que elas estão em crise. "Essas histórias em quadrinhos não vendem mais. Homem-Aranha e X-Men estão fazendo o que já foi a ruína da história em quadrinhos: contar de novo a mesma história".

Já Adanti é mais otimista quanto ao futuro da chamada "nona arte". "Alguns estilos estão em crise, mas outros estão crescendo". O rock'n roll dos anos 1960, a música indie, o grunge dos anos 1990, "colocam um anti-herói como figura a ser seguida", destaca.

Carolina Dieckmann compareceu a sessão especial do espetáculo de Eri Johnson
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Foto: Daniel Delmiro e Roberto Filho / AgNews
EFE   
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