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Primeira versão de 'On the Road' é exposta antes de estreia do filme

14 mai 2012 - 10h59
(atualizado às 21h20)
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A primeira versão do romance On the Road de Jack Kerouac, escrito em um rolo de telex de 36 m de comprimento e 22 cm de largura foi apresentada nesta segunda-feira (14), em Paris, por causa da estreia do filme de mesmo nome do diretor brasileiro Walter Salles.

"A epopeia, da escrita para a tela" é o título da exposição que será aberta ao público nesta quarta-feira (16) e seguirá até 19 de agosto. Na mostra, o Museu de Letras e Manuscritos celebra o escritor americano responsável pelo texto considerado o manifesto da geração Beat.

"Na realidade, se trata de folhas presas e adaptadas ao tamanho da máquina de escrever", explicou à Agência Efe a curadora da exposição, Estelle Gaudry. Estelle acredita que, longe de buscar a transgressão, a intenção de Kerouac era ir rápido, sem perder energia criativa.

O resultado foi um único parágrafo de 320 páginas e 125 mil palavras, sem margens nem capítulos, escrito em apenas 20 dias. Um mês após acabá-lo, em maio de 1951, o escritor disse que ao desenrolar o manuscrito pelo solo do quarto, fica parecido com uma estrada.

No entanto, On the Road vai além de sua condição de mero diário da viagem pelos Estados Unidos e México junto a seu amigo, o também escritor Neal Cassidy, no início dos anos 1950. "A obra abraça a literatura de poetas americanos, como Whitman e Blake, de clássicos franceses como Proust e Balzac, ou de literatos russos", disse Estelle.

O livro, narra a viagem por estradas dos EUA e México de dois jovens, Sal Paradise e Dean Moriarty, versões fictícias de Kerouac e Cassady, na busca de novas experiências. Desde sua publicação, o livro causou interesse no mundo todo.

Segundo os responsáveis da mostra, On the Road se transformou em um símbolo para muitas gerações e foi traduzido no mundo inteiro, como é apresentado na exposição com as fachadas do livro em dezenas de idiomas.

As aventuras e relações entre os escritores e intelectuais mais importantes do movimento Beat, como William S. Burroughs ou Allan Ginsberg, aumentaram o interesse pelo livro cujo manuscrito foi comprado por US$ 2,5 milhões em maio de 2001 pelo proprietário da equipe de futebol os Colst de Indianápolis (EUA), Jim Irsay.

"A obra é fruto da anotação rigorosa de quatro anos de aventuras e conversas", acrescentou Estelle. Para a curadora, Kerouac soube falar aos jovens e traduzir as ânsias de uma geração, além de descobrir o que ocorria fora de seu entorno e fugir do conformismo dessa época.

Segundo Estelle, a exposição pretende apresentar a vida de Kerouac, o seu amor pela literatura, os seus encontros e, finalmente, o filme do brasileiro Walter Salles, selecionado para a edição do Festival de Cannes, que começa no próximo dia 16.

EFE   
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