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Arte em gravuras da brasileira Maria Bonomi será exposta em Paris

15 mai 2012 - 16h31
(atualizado às 20h53)
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A artista plástica Maria Bonomi, um dos principais nomes da criação artística brasileira há mais de meio século, inaugura nesta terça-feira (15) uma exposição de sua obra na Maison de Amerique Latine em Paris. A exposição reúne cerca de trintas gravuras grandes além de uma figura aérea apresentada pela primeira vez ao público. De acordo com a artista, a mostra passa pela vida de Maria, desde a juventude como estudante até os dias de hoje.

Maria disse à Agência Efe que como não há espaço suficiente para mostrar todo seu trabalho, sobretudo os de grandes dimensões, utilizará vídeos. A brasileira ressaltou que faz todas suas obras a mão, tanto gravuras sobre madeira como peças gigantes de cimento, alumínio ou aço. A artista disse que além de uma maneira antiga de trabalhar, as gravuras são "uma linguagem muito intimista". Maria ainda destacou que na Europa essas obras estão no meio de praças, mas não nos edifícios.

Algumas mostras do trabalho de Maria Bonomi podem ser vistas no metrô de São Paulo, no Palácio do Governo desse Estado ou em instituições privadas como a fachada do edifício Jorge Rizkallah, e o Banco Exterior da Espanha em Santiago do Chile, informaram os organizadores da exibição. Nesta incursão europeia via Paris, a brasileira disse ter a intenção de mostrar de uma forma diferente de "pensar a gravura" no velho continente. "Tenho muita esperança de ver um público curioso, porque apresento peças bem simples, mas que propõem mudar a condição da arte de gravura", disse.

A artista, disse que não cria obras só para os olhos. "Há exceções, mas a tendência é sempre um exercício plástico, não um exercício emocional, um fenômeno do olho e não da alma". Maria, que desde os anos 70 exerce a função artista, lembrou da época da ditadura que viveu, sem ser aceita oficialmente pelo mercado da arte de seu país. "Viemos de uma coisa muito negra", disse. Enquanto muitos artistas fizeram carreira sustentados pela ditadura, ela preferiu trabalhar na antiga Iugoslávia, na Eslovênia e em Praga. No entanto, ela nunca deixou de viver no Brasil. "A ditadura era o momento de ficar, não de sair", comentou.

Entre suas obras, a artista destacou uma primeira colaboração com o arquiteto Óscar Niemeyer, um projeto sobre os maus-tratos da população indígena brasileira pelos portugueses durante a colonização. A artista, que nasceu na Itália e chegou ao Brasil ainda criança, em 1946, definiu o país como o lugar de "todas as invenções". Maria Bonomi recebeu, em 1967 um prêmio na Bienal de Paris.

EFE   
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