Michelle Obama lança livro sobre sua horta da Casa Branca
Por Deborah Charles
WASHINGTON, 12 Jun (Reuters) - A primeira-dama dos EUA, Michelle Obama, adotou a alimentação saudável e o combate à obesidade infantil como uma das suas causas favoritas.
Seu primeiro livro, "American Grown: The Story of the White House Kitchen Garden and Gardens Across America" ("Cultivado na América: a história da horta da Casa Branca e de hortas por toda a América"), narra sua experiência cultivando a primeira horta na sede do governo norte-americano desde que a primeira-dama era Eleanor Roosevelt, e conta a história de outras hortas comunitárias no país.
Michelle Obama, que não aceitou um adiantamento e doará todos os dividendos autorais do livro para a Fundação do Parque Nacional, conversou com a Reuters antes da sua primeira e única sessão de autógrafos, numa livraria da rede Barnes & Noble perto da Casa Branca.
P.: O que a inspirou a escrever o livro?
R.: Minhas próprias experiências como mãe, tentando alimentar bem minhas meninas. O que eu percebi quando comecei a fazer algumas mudanças simples, tipo (...) acrescentar mais frutas e legumes, levar as crianças à feira, envolvê-las no processo de compreender de onde sua comida vinha. Elas se interessaram, e seus resultados na saúde mudaram dramaticamente.
Pensei: se eu não sei essas coisas, o que está acontecendo em outros lares onde as pessoas têm menos informações, menos recursos? Aí comecei a pensar em como uma horta pode começar uma conversa realmente boa (...). O livro é outra extensão da horta. Ela é aberta ao público e fica num lugar onde o público pode vê-la, mas há muita gente no país que ouviu falar da horta, ficou curiosa com ela, e nunca terá uma chance de vê-la. (...) E queríamos contar outras histórias. Há milhares de hortas comunitárias maravilhosas por todo o país. Eu havia visitado algumas e queria contar essa história também, e também usar o livro para falar sobre o trabalho que estamos fazendo com obesidade infantil e saúde infantil. Então, quando falamos nisso, jogamos algumas receitas.
P.: Qual é a sua receita favorita?
R.: Adoro o pão de batata doce. É realmente bom, realmente úmido. A sopa de milho é excelente. O linguine é bom. As crianças adoram o macarrão de couve-flor com queijo.
P.: E a colmeia? Havia uma preocupação com a proximidade da colmeia com a Casa Branca e a quadra de basquete do presidente.
R.: Uma grande preocupação. Crianças não gostam de abelhas - que criança gosta de abelhas? E eu tenho essa outra criança, o presidente, e ele não gosta de abelhas. Foi preciso um pouco de convencimento, mas tínhamos um funcionário que era apicultor (...). Ela (a colmeia) fica bem no alto, onde o (cão) Bo não consegue chegar, e está bastante firme, mas não ser derrubada pelo pouso do (helicóptero) Marine One. Coexistimos todos muito bem. O mel é incrível. Como quase todo dia no meu chá com meu lanche. Damos de presente. É um toque muito bom, pessoal. E é delicioso. Já fizemos cerveja com ele.
P.: Qual foi a sua maior dificuldade com a horta?
R.: Ainda temos dificuldades com ela todos os dias. Tentar descobrir como cultivar o melão certo - ainda não tivemos sucesso com a melancia. Nossas abóboras ainda são um pouco capengas. Estamos fazendo algumas batatas - tomara que vinguem. Esta é a primeira safra de maçãs vermelhas, e diferentes variedades. Vamos levar mais ou menos um mês para saber como elas estão indo (...).
Outra surpresa foi como as hortas podem ser resistentes. (...) É sujo (...). E essa é a beleza, as crianças não têm como errar. Elas adoram ficar sujas, bagunçar. Há muita liberdade para elas quando estão no jardim, o que eu realmente gosto. Especialmente quando elas estão na Casa Branca, pode ser bastante intimidador. Mas você se surpreenderia por ver como elas se preocupam pouco com onde estão. Em vez disso, elas se preocupam com o que estão fazendo. Porque querem ajudar, querem participar. Se elas sabem que não podem estragar nada (...), fica uma experiência divertida para elas.
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