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Homens vestidos de mulher levam irreverência à avenida

15 fev 2010 - 20h59
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Michele Mendes
Agência A Tarde
Direto de Salvador

O que acontece quando um grupo de amigos resolve se vestir de mulher no Carnaval? E quando esse grupo faz parte de um bloco com mais de 2 mil foliões? Essa entidade chama-se "As Muquiranas", que este ano traz o mundo do circo para a avenida e completa 45 anos de desfile em carnavais.

Lobo Mau, por Ivete Sangalo e Psirico:

No quinto dia de folia em Salvador, um dos blocos mais irreverentes e animados do Carnaval desfilou pela segunda vez no circuito Campo Grande puxado pela banda Psirico, comandada por Márcio Victor. Homens vestidos de saia, blusa, meias e sapatos coloridos fizeram a alegria de uma multidão.

O tema "Circo" trouxe para as ruas do Campo Grande contorcionistas, palhaços e uma cama elástica, onde integrantes do bloco pulavam a todo momento. Tererês, passadeiras e xuxas no cabelo, perucas e pistolas de jato de água dão um incremento nas brincadeiras que os associados das Muquiranas fazem entre si e com o público.

Márcio Victor, que chegou fantasiado de mágico do Circo, deu um show à parte na Avenida. O cantor desceu do trio e cantou junto aos foliões seus maiores sucessos, como "Pode pular", "Cole na corda" e "Toda boa". O vocalista da Psirico parou a apresentação para agradecer à imprensa por divulgar o trabalho das bandas de pagode da Bahia. "Como disse Caetano Veloso, prefiro a Psirico do que a Beyoncé", declarou.

O administrador de empresas Victor Xavier, 25 anos, desfila no bloco há 3 anos e a cada ano gosta ainda mais das atrações, fantasias e do público. "Adoro sair de Muquiranas. Para mim é muito engraçado, pois minha família vive tirando sarro de mim nessa época de Carnaval", diz. Para Victor, sair fantasiado de muquirana ajuda ele a paquerar, pois as mulheres se divertem com a fantasia e assim é mais fácil a conquista. "Não há quem resista quando me vêem de mulher", brinca.

História

Quem inventou o bloco foi Lindolfo Araújo, mais conhecido como Charita, apelido recebido nas "peladas". Em 1945, Lindolfo começou a reunir os amigos para vestir roupas femininas e brincar o Carnaval.

Com o passar dos anos, o bloco acompanhou as mudanças da folia, passando pela época dos bailes à fantasia, da mortalha e da mamãe sacode, até o abada, que é usado nos dias atuais. Em cada edição da folia, "As Muquiranas" mudam suas fantasias temáticas e irreverentes, que fazem sucesso com o público, virando uma atração à parte da folia.

Fonte: Agência A Tarde
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