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Com 'paradonas' e coro, Mangueira encerra 1ª noite no Rio

7 mar 2011 - 04h39
(atualizado às 21h33)
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Protagonista de uma das mais longas "paradinhas" do Carnaval 2011, a bateria da Estação Primeira de Mangueira mexeu com o público e abriu espaço para os componentes e público mostrarem o poder de suas vozes. Ela foi a última escola a entrar na Sapucaí no primeiro dia de desfiles do Rio de Janeiro.

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Carro alegórico lembrou lado boêmio de Nelson Cavaquinho
Carro alegórico lembrou lado boêmio de Nelson Cavaquinho
Foto: AFP

Momentos antes do cronômetro começar a contar o tempo, o carro abre-alas da escola, devido ao seu tamanho, passou por dificuldades de manobra ao ser posicionado na entrada da avenida. O microfone também apresentou problemas, causando ainda mais atraso. Parte do público presente nas arquibancadas o vaiou pela demora no início da apresentação.

Assim que os percalços foram resolvidos, Ivo Meirelles, presidente da agremiação, mandou um recado à nação mangueirense. Em seguida, o ator Milton Gonçalves leu um manifesto sobre a história de Nelson Cavaquinho.

Desfile iniciado, a comissão de frente abriu a passagem da verde-e-rosa pelo sambódromo acompanhada de um tripé giratório com a favela da Mangueira. Ele representa a chegada do homenageado Nelson Cavaquinho na comunidade. Com coreografias ousadas baseadas na prática do Parkour, os passistas contagiaram o público.

O carro abre-alas, gigantesco e com as cores da escola, teve Serginho do Pandeiro e a velha guarda como destaques. O segundo, repleto de dançarinas de cabaré, representou o lado boêmio de Nelson Cavaquinho. O carro é também um tributo à Praça Tiradentes, antro da boemia carioca.

O bar Zicartola, representado no terceiro carro alegórico, lembra a primeira casa de Samba do Brasil, comandada por Cartola, Nelson Cavaco e Zé Kéti. Em cima dele, estátuas gigantescas de Dona Zica e Cartola completam a alegoria. A cantora Beth Carvalho foi um dos destaques.

Diversas alas representaram momentos e características marcantes da vida de Nelson. A "1º de Abril", com Pinóquios nas costas, relatou a crônica de Cavaquinho sobre a mentira. Com asas de morcego, a ala "Luz Negra" mostrou a morte presente em suas cançôes.

Personagem recorrente nas letras de Nelson Cavaquinho, o palhaço tristonho foi representado por uma grande escultura de braços abertos em uma das alegoria. A última, com um telão de 80 metros quadrados no chão do carro, trouxe a imagem de Nelson Cavaquinho no céu.

Faltando muito pouco para atingir os 82 minutos permitidos pelo regulamento para o desfile, os integrantes da Mangueira precisaram acelerar o passo. Com 1h21, o último integrante cruzou a linha de saída e os portões foram fechados, encerrando a participação da escola no Carnaval 2011 e o primeiro dia de desfiles do Grupo Especial no Rio de Janeiro.

Histórico

O Grêmio Recreativo Estação Primeira de Mangueira teve sua fundação no dia 28 de março de 1929. Ela chegou a vencer por 17 vezes a apresentação e teve entre os sambas-enredos os clássicos Vale do São Francisco (1948), As Quatro Estações do Ano (1955) e Cem Anos de berdade, Realidade ou Ilusão (1988). Conhecida por ter em sua fundação personalidades marcantes como o compositor Cartola, a Mangueira é uma das mais queridas do Rio.

Ficha técnica

Presidente: Ivo Meirelles

Carnavalescos: Wagner Gonçalves e Mauro Quintaes

1º casal de mestre-sala e porta-bandeira: Raphael Rodrigues e Marcella Alves

Intérpretes do samba: Luizito, Zé Paulo Sierra e Rychahs

Rainha da Bateria: Renata Santos

Cores: Verde e Rosa

Fonte: Terra
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