PUBLICIDADE

Com 10 min de atraso, Salgueiro conclui desfile no Rio

7 mar 2011 - 22h57
(atualizado em 8/3/2011 às 07h31)
Compartilhar

Segunda a entrar na avenida no segundo dia de desfiles no Rio de Janeiro, a Acadêmicos do Salgueiro não conseguiu concluir sua passagem dentro do tempo permitido pelo regulamento. Apesar de acelerar o passo e da bateria não ter entrado no segundo recuo, a escola extrapolou os 82 minutos. Com 1h22 de apresentação, ainda haviam 3 alegorias e diversas alas ocupando mais da metade sa Marquês de Sapucaí.

Finalizado aos 92 minutos, o desfile da agremiação sofre prejuízo de um ponto na nota final. Esse foi o segundo maior estouro de tempo em todo o Carnaval carioca.

Dificuldades com carros alegóricos foram os responsáveis pelo incidente. Ao entrar na avenida, três deles apresentaram problemas mecânicos e de manobra. Já próxima da dispersão, a alegoria com araras azuis, representando a animação Rio, da Dreamworks, teve um aparente princípio de incêncio.

Com o enredo Salgueiro apresenta: o Rio no cinema a agremiação apresentou a cidade como palco de diversas produções cinematográficas. A bateria, comandada pelo Mestre Marcão, tocou fantasiada de soldados do BOPE, em referência ao filme Tropa de Elite.

No carro abre-alas, uma sala de cinema foi montada. De costas para a avenida, as poltronas vindas de um cinema de Brasília encaram uma grande tela que, além de trechos de filmes nacionais, passam imagens capturadas, na hora, do público presente nas arquibancadas e camarotes. À sua frente, a comissão de frente se apresentou com dançarinos vestidos de vendedores de balas. Esses, em suas mãos, carregavam baleiros que, quando virados ao contrário, se transformavam em tablado de dança e degraus, usados para levar uma Marilyn Monroe morena para cima do tripé. Lá, jatos de ar faziam sua saia esvoaçar, como no filme.

A produção que simboliza a retomada do cinema nacional foi representada pela ala das baianas, que passou pela passarela do samba vestida de 'Carlota Joaquina'. A ala 'Homens Sputnik' prestou uma homenagem ao filme brasileiro de mesmo nome, de 1959, estrelado por Oscarito.

Um grande cabaré. Essa foi a terceira alegoria da Salgueiro, que fez referência ao 'Cabaré de Satã', e trouxe dançarinas de poledance e mulheres representando prostitutas. A velha guarda da escola também fez parte do carro. Sentados na parte da frente do carro, eles interpretaram os clientes da casa.

'Yes, nós temos bananas' é o nome do carro que veio logo atrás. Em uma grande escada vermelha, 40 bailarinos sapateavam no ritmo no samba. Embaixo dos degraus, microfones foram instalados para capturar o som do sapateado e reproduzí-lo em alto-falantes colocados nas laterais. No destaque, 'South America Way' homenageou a cantora Carmen Miranda.

A escola teve Viviane Araújo como rainha da bateria e atriz Carol Castro como destaque.

Histórico

O Grêmio Recreativo Unidos do Salgueiro foi fundado em 5 de março de 1953 no Morro do Salgueiro, no Rio de Janeiro, quando os moradores já mostravam a musicalidade e faziam composições diariamente. Era uma vida marcada pela altura do morro de pedra ainda bruta, mas com uma vista privilegiada da cidade. Com tamanha diversidade, o morro chegou a abrigar mais de dez blocos, entre eles o Capricho do Salgueiro, Flor dos Camiseiros, Terreiro Grande, Príncipe da Floresta, Pedra Lisa, Unidos da Grota e Voz do Salgueiro. Todos com um grande número de componentes que desciam do morro para brincar na Praça Saenz Peña e nas famosas batalhas de confete da Rua Dona Zulmira, onde o Salgueiro era respeitado pelo talento de seus compositores e mostrava a todos que já era uma verdadeira academia de samba.

Ficha técnica

Samba-enredo: Salgueiro Apresenta: O Rio no Cinema

Presidente: Regina Celi

Carnavalesco: Renato Lage

1º casal de mestre-sala e porta-bandeira: Sidclei e Gleice Simpatia

Intérprete do samba: Quinho

Rainha da Bateria: Viviane Araújo

Cores: Vermelho e branco

'O Tesouro Perdido de Atlântida' foi a terceira alegoria da Acadêmicos do Salgueiro. Ela soltava bolhas de sabão pela Sapucaí
'O Tesouro Perdido de Atlântida' foi a terceira alegoria da Acadêmicos do Salgueiro. Ela soltava bolhas de sabão pela Sapucaí
Foto: Getty Images
Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade