Sem ser julgada, Grande Rio canta sobre Florianópolis

A Acadêmicos do Grande Rio, uma das escolas que teve seu barracão atingido pelo incêndio na Cidade do Samba no início de fevereiro, foi a quarta a entrar na Marquês de Sapucaí na madrugada de terça (8). Com o enredo Y-JURERÊ MIRIM - A Encantadora Ilha das Bruxas (Um conto de Cascaes), a agremiação levou a ilha de Florianópolis até o Rio de Janeiro.

Todas as fantasias e os sete carros alegóricos foram consumidos pelo fogo um mês antes da apresentação. Devido à tragédia, a Grande Rio não será avaliada pelo corpo de jurados do Carnaval carioca. Apesar do prazo curto que a Grande Rio teve até o desfile - 23 dias -, a escola decidiu preparar fantasias mais simples à deixar as alas se apresentarem vestidas apenas com camisetas da agremiação.

Na comissão de frente, bruxas seguiam ao lado de um menino que, em determinados momentos, se transformava em lobisomem. Essa transformação ocorria dentro de um tripé. A fantasia do lobisomem custou, sozinha, R$ 200 mil. Logo atrás, o abre-alas seguiu levando uma grande bruxa fazendo uma poção em seu caldeirão. Chamado 'A Grande Feiticeira', tinha a atriz Beth Lago como destaque.

À frente da segunda alegoria, a apresentadora Ana Hickmann, que seguia como destaque, levou um susto. Com a chuva e descalça, a ex-modelo escorregou e caiu no chão. Rapidamente, ajudada por integrantes da escola, foi retirada da avenida e atendida pelo corpo de bombeiros. Com dores no joelho e na bacia, foi levada ao camarim para passar por uma melhor avaliação.

Suzana Vieira, Íris Stefanelli, Nívea Stelmann, Ana Furtado e Raul Gazola são algumas das celebridades que desfilaram pela escola.

O cantor Luan Santana foi destaque do tripé 'Boi de Mamão', que tem um boi de 24 metros de largura como alegoria. Esse, que anteriormente era um carro alegórico, foi o primeiro a ser consumido pelo incêndio. Nem a estrutura metálica resistiu.

O tenista Gustavo Kuerten, veio em cima do tripé 'Guga, O Herói de Florianópolis' abrindo passagem para as alas dos esportes. Essa alegoria representou suas conquistas do campeonato de Roland-Garros em 1997, 2000 e 2001. O atleta passou pela Sapucaí jogando bolinhas de tênis para o público das arquibancadas. No comando das alas dos times Avaí e Figueirense, Tatiana Feiticeira representou a 'Musa da Torcida'.

Depois da sexta alegoria, uma ala formada pelos trabalhadores da escola se apresentou. Demonstrando garra e dedicação, eles vestiam camisas brancas com dizeres de 'O sonho não acabou', eles carregavam duas enormes bandeiras da escola.

Para finalizar sua passagem pelo sambódromo, um elemento alegórico trouxe uma fênix piscante com o símbolo da Grande Rio. A escola, assim como o pássaro mitológico, renasceu das cinzas e apresentou um desfile sem grandes prejuízos para o enredo. "O primeiro desafio foi fazer 3.300 fantasias, e o segundo foi fazer a arquibancada levantar . E a escola conseguiu, com a garra caxiense", disse Hélio Ribeiro de Oliveira, presidente da agremiação.

Histórico

O Grêmio Recreativo Escola de Samba Acadêmicos do Grande Rio foi fundado em 22 de março de 1988. Para que a agremiação fosse filiada à Associação das Escolas de Samba da cidade do Rio de Janeiro, teria que ser oriunda de um bloco carnavalesco. Para tal, surgiu o G.R.B.C. Lambe Copo, localizado no bairro Prainha, no Município de Duque de Caxias, e filiado à Federação dos Blocos Carnavalescos do Rio de Janeiro. Tendo apoio de quase todas as escolas de samba da Associação, de quase todos os políticos do município, da sociedade caxiense e, principalmente, dos sambistas. Reuniram-se os fundadores e foi feita a eleição para a primeira diretoria do Acadêmicos de Duque de Caxias.

Ficha técnica

Samba-enredo: Y-Jurerê Mirim - A Encantadora Ilha das Bruxas (Um conto de Cascaes)

Presidente: Hélio Ribeiro de Oliveira

Carnavalesco: Cahe Rodrigues

1º casal de mestre-sala e porta-bandeira: Luiz Felipe e Squel

Intérprete do samba: Wantuir de Oliveira Tavares

Rainha da Bateria: Cris Vianna

Cores: vermelho, verde e branco

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