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Homenagem a Jorge Amado levanta o público no desfile da Mocidade

19 fev 2012 - 01h23
(atualizado em 21/2/2012 às 13h12)
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Após um incêndio em seu barracão no início do ano, a Mocidade Alegre fez o desfile da superação e garra na madrugada deste sábado (19), no Anhembi. Terceira a passar no sambódromo, a escola apresentou o enredo Ojuobá - No Céu, os Olhos do Rei... Na Terra, a Morada dos Milagres... No Coração, Um Obá Muito Amado!, em homenagem aos 100 anos do escritor baiano Jorge Amado. Com muitas paradinhas, a bateria encantou o público das arquibancadas.

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O diretor da Mocidade Alegre, Edson Oliveira, garantiu ao Terra que a escola estava recuperada. "O incêndio avariou o terceiro carro, que foi queimado. Tivemos de refazê-lo, estamos 100% recuperados", disse Oliveira. Com os problemas resolvidos, a Mocidade entrou na passarela com o enredo em homenagem a Jorge Amado. A inspiração do enredo é o livro Tenda dos Milagres, de 1969, que traz uma mensagem à igualdade de raças e manifestações religiosas que fazem o Brasil.

Na comissão de frente, dançarinos fantasiados de guerreiros africanos, enceram os Obás, guardiões da verdade e da justiça. Os integrantes fizeram uma coreografia com vigor e com passos da dança afro. Decorado em vermelho e dourado, "Ojuobá - Os olhos do Rei" é o carro abre-alas da escola. As esculturas mostravam um grande boneco de Xangó, personagem da história sobre o sincretismo religioso na Bahia.

Logo em seguida, a bateria fez uma paradinha para a alegria do público, que cantou o samba em coro no Anhembi. A rainha de bateria Aline Oliveira inovou ao subir em um tripé elevado e tocar um surdo acima dos ritmistas da bateria. Antes de terminar o desfile, os ritmistas fizeram outros três apagões, e o público acompanhou o samba com empolgação nas arquibancadas do sambódromo.

As alas mostraram diferentes personagens e histórias retratadas no livro. Entre elas, a religiosidade, a relação dos negros com a escravidão, o preconceito, e manifestações culturais como a capoeira, que foi coreografada por integrantes da escola. Representando a liberdade e oferendas ao Xangó, a segunda alegoria foi desenvolvida em cima do casco de uma tartaruga que movia a cabeça e as patas.

O bloco Ilê Ayê, a primeira entidade carnavalesca para o público negro no Carnaval de Salvador, foi destacado em uma das alas. A terceira alegoria destacou o Pelourinho dos anos 20, com casarões e uma grande igreja barroca representando os largos e terreiros do tradicional bairro. Na lateral, livros faziam referência direta à obra do escritor baiano. O carro, que foi o mais atingido no incêndio, não apresentou nenhum problema em sua passagem pelo Anhembi.

A ala das baianas, apresentada no meio da apresentação da Mocidade, lembrou a tradicional Lavagem do Bonfim. A festa religiosa acontece com a lavagem das escadarias da igreja, mostrando o sincretismo que é cultuado até hoje na Bahia. As baianas vieram nas cores dourado e prateado, com grandes coroas na cabeça.

Na quarta alegoria, "O sagrado e o profano na baía de todos os Santos", a escola fez uma grande roda de baianas, esculpidas em branco e dourado. As tradicionais fitas do Senhor do Bonfim também foram lembradas como detalhes nas laterais do carro.

Uma grande baiana negra foi o destaque da alegoria que encerrou o desfile. A escultura representou a mãe de santo benzendo e coroando o escritor Jorge Amado. Foram mais de 300 metros de renda para compôr os detalhes do carro. Na base, a velha guarda da ala das baianas representou as mães de santo, vestidas de branco, com turbantes e colares, sentadas em cadeiras de vime como o escritor descreveu os rituais do candomblé na Bahia.

Histórico

A escola foi fundada em 1967 e seu nome é oriundo de um bloco que desfilava no centro de São Paulo, com homens vestidos de mulher. Até a fundação da Mocidade Alegre, apenas os homens podiam desfilar nas ruas, regra que permaneceu vigente até 1966.

Ficha Técnica

Presidente: Solange Bichara

Carnavalescos: Sidnei França e Márcio Gonçalves

Intérprete: Clóvis Pê

Cores: vermelho e verde

Posição no Carnaval de 2010: 2º lugar

Carnaval no Terra
O Terra transmite, ao vivo e em HD, a folia em Salvador. Não perca Ivete Sangalo, Claudia Leitte, Daniela Mercury, Chiclete com Banana, entre outros, agitando o circuito Barra-Ondina. O ator Cassio Reis e a apresentadora baiana Érica Saraiva comandam o estúdio do camarote do Terra, entrevistando famosos - como a atriz Sharon Stone - entre os mais de 800 convidados por dia.

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Inspirada no livro 'Tenda dos Milagres', a escola homenageou Jorge Amado e a Bahia
Inspirada no livro 'Tenda dos Milagres', a escola homenageou Jorge Amado e a Bahia
Foto: Marcos Bezerra / Futura Press
Fonte: Terra
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