Com problemas, Imperatriz lembra centenário de Jorge Amado
Com problemas no início do desfile e uma corrida contra o relógio, a Imperatriz Leopoldinense chegou à Sapucaí para homenagear o centenário de Jorge Amado. Terceira escola a desfilar na noite deste domingo (19), a Imperatriz mostrou a Bahia folclórica e seus personagens exóticos descritos pelo escritor baiano.
A escola conseguiu evitar maiores prejuízos no seu desfile, mas enfrentou momentos de tensão e algumas dificuldades na entrada do sambódromo. Dois dos seus carros tiveram problemas. Um deles, que reproduzia a Lavagem do Bonfim, demorou para contornar o acesso à Sapucaí e modificou a distribuição das alas.
Já a última alegoria teve uma de suas estruturas danificadas, e os destaques tiveram que desfilar na base do carro. Além disso, no final do desfile as alas precisaram acelerar o desfile para conseguir cumprir o tempo estabelecido, o que pode ter comprometido a evolução da escola e a avaliação dos jurados.
À parte os problemas, a Imperatriz fez um desfile bonito sobre a trajetória do escritor Jorge Amado. A comissão de frente foi inspirada no livro Capitães de Areia , com um carrossel que fazia voar os dançarinos que encenavam os garotos de rua que praticavam pequenos furtos em Salvador nos anos 20.
O abre-alas "Mar de Iemanjá e a Coroa de Oxalá" mostrou uma grande escultura da orixá sob uma piscina com cinco mil litros de água. Além da orixá, o destaque da alegoria foi uma grande coroa prateada, símbolo da escola, que era detalhada com recortes que lembravam as rendas dos vestidos das baianas.
As alas iniciais do desfile mostraram a infância e juventude de Jorge Amado na Bahia, com a descoberta do universo simbólico nos mercados municipais baianos. De branco e prata, "A Lavagem do Bonfim" é a ala das baianas que antecede a alegoria que reproduz o tradicional ritual religioso. Diversas mães de santo representam a lavagem das escadarias da igreja, com vassouras, flores e lavandas.
O desfile também mostrou a vida universitária de Jorge Amado, no Rio de Janeiro, e sua influência na formação cultural, social e política do escritor. Os temas foram tratados nas alas e na alegoria "O País do Carnava", o primeiro escrito pelo autor. O engajamento de Jorge no Partido Comunista também foi lembrado.
Outras alas mostraram as influências africanas na Bahia e na obra do escritor, além das manifestações culturais descritas por ele, como o Ilê Ayê, os rituais de candomblé e outras expressões artísticas. O carro "Alegoria Popular" tem grande estatua de baiana preparando acarajé. Outra alegoria, "Dona Flor e Seus Dois Maridos", mostrou cenas dos livros adaptados para o cinema e para a TV, como Tieta, Gabriela, e Dona Flor e seus dois maridos.
Para encerrar o desfile, a escola trouxe uma alegoria que reproduzia o Largo do Pelourinho, onde fica a Fundação Casa de Jorge Amado. No carro, Jorge e Zélia Gatai foram representados sentados no largo, à frente dos casarões coloridos do bairro. Familiares dos escritores e o cantor Elymar Santos foram destaques do carro.
Histórico
Fundada em 1959, o nome da escola homenageia os subúrbios servidos pelos trens da linha da Leopoldina. As onze comunidades estão representadas por estrelas na bandeira da Imperatriz. A estreia no Carnaval foi em 1960, e em 1972 chegou ao grupo especial. Na década de 90, a escola fez história vencendo cinco campeonatos.
Ficha técnica
Presidente: Luiz Pacheco Drumond
Carnavalesco: Max Lopes
Intérpretes: Dominguinhos do Estácio
Cores: Verde e branco
Posição no Carnaval de 2011: 6º Lugar
Carnaval no Terra
O Terra transmite, ao vivo e em HD, a folia em Salvador. Não perca Ivete Sangalo, Claudia Leitte, Daniela Mercury, Chiclete com Banana, entre outros, agitando o circuito Barra-Ondina. O ator Cassio Reis e a apresentadora baiana Érica Saraiva comandam o estúdio do camarote do Terra, entrevistando famosos ¿ como a atriz Sharon Stone ¿ entre os mais de 800 convidados por dia.
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