Val diz que já teve nome no Serasa e avisa os homens: "não sou fácil"
- Nathália Salvado
- Direto de Salvador
Depois de pedir 15 minutos para terminar de se arrumar, Val Marchiori recebeu a reportagem do Terra na porta do seu quarto, no hotel Othon, em Salvador. Saiu toda arrumada, saia de paetês da Chanel e um abadá do camarote Planeta Band customizado por funcionárias contratas pelo local. Com duas máscaras com seu próprio rosto nas mãos, já quis começar a conversar. "É para dar para Brunette, ela vai adorar!", brincou. Ao ser informada que a companheira do Mulheres Ricas estava dormindo, alfinetou: "idade, né, gente?".
Posou para fotos, conversou com fãs no hall do hotel e reclamou porque seu maquiador, Duda Martins, não estava por perto. "Vem cá meu Crô", disse, em referência ao personagem de Marcelo Serrado em Fina Estampa. "Vem tirar uma foto comigo. Hoje é aniversário dele", explicou. Com tudo pronto, começou a responder as perguntas, tranqüilamente, bem diferente da Val que aparece nas telas da Band, mais séria e compenetrada, sem vergonha do passado. "Sou mais do que aquilo que está na TV", opinou. "Já tive meu nome do Serasa e perdi muito dinheiro. Não tenho vergonha do meu passado. Sempre trabalhei, não tenho segredo", contou.
Sobre a polêmica criada por seu ex-marido, o empresário Evaldo Ulinski, dono da rede Big Frango, pai de seus filhos gêmeos, de 6 anos, que chegou a afirmar à revista Veja que ela era um "monstro" e uma "prostituta de luxo", foi direta. "Tenho a medida cautelar contra ele. Ele não pode chegar perto nem da minha casa, nem dos meus filhos", contou. "Ele quer negar o óbvio por dinheiro", completou.
Confira a entrevista completa:
Terra - Primeira vez em Salvador?
Val Marchiori - Primeira vez, eu vim aqui quando era criança. Muitos anos atrás, eu tinha uns 10, 12 anos de idade.
Terra - Você já curtiu um dia de folia, parece que deu uma pulseira sua para uma fã e desceu na pipoca. Como foi?
Val Marchiori - A Adriane Galisteu e o Otávio Mesquita me colocaram um desafio. Queriam que eu "pipocasse". Eu não sabia o que era isso. Era fazer pipoca? Nunca vim pra Salvador. Eu topei. Até brinquei que ia levar minha champanhe. Desci com 20 seguranças. Quando eu estava no camarote, uma das fãs começou a gritar e me deu um colar. Quis retribuir e joguei uma pulseira minha da Chanel. Não lembro muito bem quanto custava, mas cerca de US$ 2 ou US$ 3 mil.
Terra - Você estava na piscina do hotel nessa segunda-feira (20), com vários homens...
Val Marchiori -Todos namorados do Duda. (risos) Bem que eu queria que não fossem! (mais risos)Terra - Mas você está em Salvador, no Carnaval...
Val Marchiori - Cheio de homem bonito, né?
Terra - ...e você ainda não ficou com ninguém?
Val Marchiori -Não estou pegando nada! O coraçãozinho está fechado para balanço.
Terra - Você se separou recentemente, né?
Val Marchiori - É, me separei. A gente tem que estar bem para uma nova fase. É bom ter alguém do seu lado, mas eu nunca fui de ficar por ficar. Desde menina eu tenho que ter algo mais, assim.
Terra - Falando da separação, como está a relação de vocês? Recentemente, você disse que ele te ameaçou...
Val Marchiori -Saem muitas inverdades na imprensa. Hoje, eu tenho a medida cautelar contra ele e isso é verdade. Ele não pode chegar perto nem da minha casa, nem dos meus filhos. Nenhuma das minhas casas, nem de Angra dos Reis, nem de Londrina. Podem decretar a prisão dele na hora. Ele fez muitas ameaças e a gente teve um problema muito sério. Precisei andar escoltada. Está sendo muito difícil.
Terra - Ele chegou a dizer em algumas entrevistas que vocês não eram casados...
Val Marchiori - Pois é, mas isso aí o Judiciário está resolvendo. Sete anos juntos. Isso é coisa de ex que não aceita. Tenho fotos dele em batizado, disso, daquilo. É a maior palhaçada isso.
Terra - Você fica chateada com esses boatos que saem na imprensa?
Val Marchiori - Eu fico chateada. Vou dizer que não? Eu fiquei até perplexa com as declarações dele, mas depois eu vi que ele quer negar o óbvio por dinheiro. Então, agora, ele vai pelo Judiciário. Aqui se faz, aqui se paga. Ninguém pode negar que eu vivi com ele, tive dois filhos. Ele fez uma campanha difamatória contra mim. Mas agora o Judiciário é que vai cuidar disso. Eu confio nas leis, como na Maria da Penha. Eu fui lá, dei parte dele, mas hoje é Carnaval, vamos falar de coisa boa!
Terra - Então, você desfilou em São Paulo e falou que estava toda machucada por causa da fantasia. Como foi?
Val Marchiori - A primeira vez que eu participei do Carnaval foi no Canadá. Eu fui madrinha do Brazilian Ball, o maior baile de gala do mundo. É muito chique, muito legal. Fui convidada para ser madrinha. E este ano recebi um convite da Vila Maria e fiquei lisonjeada. Porque eu fui conhecer a comunidade, fui conhecer a escola. A escola tem 50 anos, tem vários projetos sociais. Eu abracei a escola, independente de estar desfilando ou não. A gente fez um dia de princesa com as crianças. Foi muito legal.
Terra - Você curte esse lado mais social?
Val Marchiori - Curto. Sou mais do que aquilo que está na TV. Até porque eu tive uma infância pobre. Nunca neguei as minhas origens. Ali na comunidade, a gente acaba remetendo ao passado. A gente vê as crianças. Eu fico assim, querendo me dar mais. É como se eu tivesse no sítio, com os meus primos, minhas primas. Aquela época que a gente era pobre mesmo. Eu curto. É uma energia boa.
Terra - Voltando ao Carnaval...
Val Marchiori - Ai, é. Minha fantasia era um máximo. Tinha 16 mil pedras. Era toda em ouro. Até caiu e me machucou toda. Ouro pesa, né?
Terra - Como foi a recepção do público?
Val Marchiori - Claro que eu esperava, por causa do sucesso grande de Mulheres Ricas, que está bombando e tal. Mas eu não esperava era a arquibancada, o pessoal dos camarotes. Todo mundo. Eu não conseguia nem sambar. Era "hello" para lá. "Hello" para cá. Fiquei muito feliz com as pessoas fazendo menções, todo mundo falando "hello". Crianças! Nunca pensei que esse bordão fosse pegar. É engraçado.
Terra - Você gosta dessa relação fã e artista?
Val Marchiori - Eu adoro. Imagina, a coisa mais gostosa é as pessoas quererem estar perto de você, tirar foto. Acho tão feio artista que fica: "ai, não me toque. Ai, não quero tirar foto". É feio. Você não tá na mídia? Então, é porque você gosta, então, hello, né? Esses dias, nem vou falar quem é, disse que não queria tirar foto com a fã. Eles ficam lá esperando, sabe? Aí você vem com uma resposta assim. Acho feio! Artista tem que respeitar mais as pessoas, porque eles só estão lá porque tem pessoas assistindo. Eles devem isso ao público. Eu não sou artista, entrei agora. Então se pedem para tirar foto comigo, eu tiro mesmo.
Terra - E como está o Mulheres Ricas?
Val Marchiori - Assédio total. Fiz o programa porque eu gosto. Não mudei nada na minha vida. Não fugia nada do que eu gostava de fazer na minha rotina, mas eu não esperava tanto sucesso. Acho que todo mundo, nem a Band esperava. Nós fizemos tudo, nos esforçamos. Está valendo a pena. New York Times, The Guardian, de Londres, Corriere della Sera , da Itália, Al-Jazeera e por aí vai. O mundo viu. Mas tem a ver com o momento do Brasil, né? Sexta maior economia do mundo, por dia são 19 brasileiros que ficam milionários, nós temos todas as melhores marcas do mundo hoje no Brasil. Quer dizer que o brasileiro é um consumidor de alto luxo. Caso contrário, não teria nada disso.
Terra - Você se incomoda com as críticas mais severas ao programa?
Val Marchiori - Ai, hello. Quem gosta de pobreza é intelectual, querida. Quem gosta de pobreza? Isso tudo é história. As pessoas criticam porque assistem. Cada um tem o direito de gostar ou não gostar. É um direito de cada um. Eu quando não gosto, eu troco. Eu não fico criticando, mas é um direito que eles têm. Se eu botei a minha cara lá, eu estou sujeita a esse tipo de coisa, mas eu não ligo não. Você acha que eu vou estragar a minha cútis com isso? (risos) A gente leva na esportiva e pronto.
Terra - Como é sua relação de verdade com as outras Mulheres Ricas? Você a e Brunette estão sempre juntas...
Val Marchiori - Eu gosto da Brunette. Gosto de todas, mas a Brunette por andar ali nos Jardins (bairro de São Paulo), não ser casada, a gente saía para jantar várias vezes. Ela é muito doce. A Débora já é aquele jeitão mais "grosseirão". A Narcisa é mais difícil ter continuidade, mas eu gosto dela também...
Terra - Ela alfineta daqui, você alfineta de lá. Como é isso?
Val Marchiori - Claro, hello, ela fica com esse negócio do Rio de Janeiro. Hello, Narcisa, seu tempo passou. Agora é a vez da Val. Não somos brigadas. E a Lydia eu gosto muito dela. Me dou melhor com ela e com a Brunette. A Débora é mais durona. A Débora tem medo de ficar pobre (risos). Aprendi a tomar cerveja com ela.
Terra - Mas você nem gostou, né?
Val Marchiori - Eu não. É que, assim, tinha que ter uma latinha de ouro, mais levinha, né? Light! A gente podia lançar!
Terra - Sempre quis esse tipo de exposição? O que você queria ser no passado?
Val Marchiori - Nunca, de coração. Meu segmento sempre foi empresarial. Tive duas empresas. Investi dinheiro com a minha família, administrava bois lá na fazenda com o meu pai. Sempre fui empresária, sempre quis ter uma independência financeira. O convite para TV surgiu em 2009, quando o Amaury Jr. me convidou. Nunca quis, nunca fiz curso, nunca procurei ser famosa. Quando ele me viu em casa, disse que eu era a personagem que ele queria para o programa dele. Se você pegar as primeiras, eu era bem tímida. Eu fui modelo, gostava do vídeo. Mas a câmera assusta, né? Veio por acaso. Depois, eu comecei a gostar e, logo em seguida, eu fui capa da Veja São Paulo, veio o convite da Band e aí explodiu. Agora não tem mais jeito. Agora eu já tô, não quero sair mais.
Terra - Já pensa no que vai fazer no futuro?
Val Marchiori - Antes de entrar o Mulheres Ricas, a minha assessora tinha proposta de duas TVs. Agora, com o programa, o Otávio Mesquita me convidou para apresentar um quadro no programa dele. A própria Band e a Cuatro Cabezas (produtora de Mulheres Ricas) não querem que eu feche com nenhuma outra emissora. Provavelmente, vai ter segunda temporada. Quero tirar um mês para ficar fora do País e escrever o meu livro. Depois de isso tudo, eu quero digerir tudo isso, ver o que eu vou fazer, porque eu não tive tempo. Foi um ano de muitas mudanças para mim, em todos os sentidos. O programa, a separação. Não dá para dizer: "eu vou fazer isso, eu vou fazer aquilo". Quero estudar para não fazer errado, mas com certeza será na TV. Agora eu gostei. Agora que eu aprendi? (risos)
Terra - E sobre as investigações sobre o seu passado?
Val Marchiori - Ah, eu não ligo para isso aí! Não tenho nada para esconder. Isso foi o ex. Ele que fez tudo para me denegrir. Ele está por trás de tudo isso. Nunca neguei minhas origens. Não tenho nada para esconder. Já tive meu nome do Serasa e perdi muito dinheiro. Não tenho vergonha do meu passado. Sempre trabalhei, não tenho segredo. Nunca escondi. Pelo contrário, eu tenho muito orgulho. Vim lá do interior, lá do sítio, botei a cara, sempre trabalhei. Não tenho nenhum problema com o meu passado, nenhum mesmo. Quero escrever isso em um livro.
Terra - Ah, você vai escrever um livro?
Val Marchiori - Sim. Com depoimento das pessoas, a primeira moto que eu comprei. A prefeitura em Apucarana, quando eu trabalhava, o colégio que eu estudei. Mostrar a verdadeira Val. A imprensa, na verdade, o ser humano vê uma pessoa bem na vida e diz: "ah, tá bem, não sei, não. Deve estar roubando, ai deu o golpe em alguém". Ninguém quer saber se a pessoa trabalhou, se botou a cara, se ela batalhou. Fico feliz quando eu vejo alguém bem, mas o brasileiro tem esse defeito. Sei que a gente vive em um país corrupto, mas é assim, se você está bem é porque você tem algum problema, infelizmente. Só cantor sertanejo e jogador de futebol podem se dar bem? Se for mulher, é porque deu o golpe. Se for empresário, é porque fez alguma coisa errada. É um absurdo isso.
Terra - Já pensou em se candidatar, entrar para vida pública?
Val Marchiori - Já recebi convite, mas eu não sei. Tem que pensar. É uma coisa muito séria. Como eu tive duas empresas e, em 2000, eu perdi muito dinheiro por causa do dólar, queria abraçar alguma causa. Talvez no transporte rodoviário. Nós sofremos muito com isso no Brasil, com essas estradas que são uma vergonha. Do Chile para a Argentina, as estradas são ótimas. No Brasil, é só caminhão que quebra, os asfaltos são péssimos. Sempre pensei nisso quando me ofereceram, nesse lado de transportes. Eu até brinquei: "ah, vou colocar champanhe nos aviões". Comecei a "peruar", brincar. Mas ainda não tem nada definido. Se for uma coisa séria, eu gostaria. Não como foi o Tiririca, voto de protesto ou para ganhar voto para partido. Isso eu acho um absurdo. Precisa ter um projeto sério. Me convidaram para ser candidata a vereadora acho, mas vereadora eu não quero. Seria candidata a deputada.
Terra - E o que você está fazendo hoje?
Val Marchiori -Estou com uma sainha da Chanel, uma sandália do Cavalli e joias. Esmeraldas, né?
Terra - E quanto custou seu look?
Val Marchiori -Hoje eu estou básica. Com as joias, tudo custou uns R$ 200, 300 mil.
Terra - Já que você está solteira, você pode deixar uma dica para os homens que querem te conquistar?
Val Marchiori -Tem que ter atitude e caráter. Beleza é de cada um. Homem para conquistar uma mulher tem que ter atitude. E eu não sou fácil.
Carnaval no Terra
O Terra transmite, ao vivo e em HD, a folia em Salvador. Não perca Ivete Sangalo, Claudia Leitte, Daniela Mercury, Chiclete com Banana, entre outros, agitando o circuito Barra-Ondina. O ator Cassio Reis e a apresentadora baiana Érica Saraiva comandam o estúdio do camarote do Terra, entrevistando famosos - como a atriz Sharon Stone - entre os mais de 800 convidados por dia.
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