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Confusão interrompe apuração do Carnaval de São Paulo

21 fev 2012 - 17h41
(atualizado às 20h26)
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Celso Paiva

Diogo Alcântara

Fábio Santos

Direto de São Paulo

Uma confusão promovida por integrantes de escolas de samba interrompeu a apuração do Carnaval de São Paulo nesta terça-feira (21). Faltando apenas uma nota dez para assegurar o título para a Mocidade Alegre, Tiago Ciro Tadeu Faria, 29 anos, integrante da Império de Casa Verde, invadiu a área de apuração, tomou o último envelope das mãos do leitor e o rasgou.

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Faria, que vestia óculos escuros e boné, pulou com os dois pés sobre a mesa e assustou o representante da Liga que fazia a leitura. Ele colocou os papéis rasgados dentro de sua calça jeans e tentou fugir por entre a multidão.

Pouco depois, o delegado Osvaldo Nico Gonçalves, da Delegacia Especializada em Atendimento ao Turista (Deatur), anunciou a prisão do principal responsável por todo o tumulto. Caue Santos Pereira, 20 anos, integrante da Gaviões da Fiel, também foi detido, este por atirar objetos. De acordo com o major da Polícia Militar de São Paulo, Alexandre Gaspariano, cinco integrantes de escolas de samba foram presos.

Em seguida, a confusão se tornou generalizada. Integrantes de outras escolas derrubaram as grades que isolavam a área da organização e continuaram o vandalismo. Cadeiras foram arremessadas e muitos outros documentos da apuração foram rasgados e jogados ao chão. Até mesmo um dos troféus foi danificado.

Decisão suspensa

A confusão impediu que o campeão do Carnaval de São Paulo fosse anunciado no momento esperado. Segundo o presidente da Liga das Escolas de Samba, Paulo Sérgio Ferreira, havia ainda a expectativa de continuar a leitura. "Vamos ver se tem possibilidade de continuar a apurar os votos. Senão, vai se manter o resultado até agora de primeiro a cinco", disse.

"Tem escola que não sabe perder. São julgadores. Eles sabem que a regra é clara. A escola vem para a avenida, canta o samba errado e quer tirar o julgador de samba enredo? Não pode", afirmou Ferreira, que se reuniu com líderes das agremiações em seguida para resolver a situação.

No momento em que a leitura foi interrompida, a Mocidade Alegre liderava a apuração com um total de 160 pontos. Solange Bichara, presidente da agremiação, evitou considerar a escola campeã do Carnaval de 2012. "Não posso me considerar campeã por algo que não aconteceu", afirmou.

Solange saiu da área reservada para os integrantes das escolas e tentou acalmar membros da briga. "Cada um tem o direito se se manifestar, mas não dessa maneira. Violência não leva a nada", disse.

O diretor de alegorias da Rosas de Ouro, que estava em segundo lugar, também sentiu que sua agremiação foi injustiçada com as notas. "Eu acho que a Rosas de Ouro merecia ganhar. A nota que estava lá não era certa", disse Walter Vasconcelos. Para ele, "o clima está muito quente e não há condições de prosseguir a leitura das notas".

Rodney Cheto, compositor da Camisa Verde e Branco, diz que ato de invadir do local de leitura de notas foi "complicado e feio". Sua agremiação estava na última colocação da apuração.

Confusão generalizada

Durante o tumulto que culminou na interrupção do evento, a Polícia Militar presente no Anhembi enfrentou dificuldades para controlar a situação. A segurança encaminhou todos os torcedores da Gaviões da Fiel presentes ao local para fora do Sambódromo e a confusão seguiu na Marginal Tietê.

Torcedores foram vistos chutando os portões do Sambódromo próximos à área da dispersão. Pouco depois, um carro alegórico da Pérola Negra foi incendiado por um grupo ainda não identificado. A alegoria tinha estrutura toda de palha, representando um índio gigante, e foi totalmente destruída pelo fogo.

O novo incidente causou correria dos integrantes das escolas de samba que acompanhavam a apuração. Muitos atravessaram toda a avenida para ver de perto o que acontecia no local de onde saía chamas e fumaça preta.

Cerca de dez minutos depois, carros do corpo de bombeiros chegaram ao local para controlar o incêndio. Alguns torcedores da Gaviões da Fiel aplaudiram as chamas, fato repreendido pela diretoria da agremiação.

Após o fogo, integrantes da Pérola Negra atravessaram a rua e foram em direção ao local onde estão os carros da Gaviões da Fiel. A polícia foi chamada para evitar o tumulto e eles foram retirados antes de qualquer incidente.

Torcedores da Gaviões da Fiel foram até o local, conversaram com os integrantes da escola adversária, pediram desculpas e disseram que, se for confirmado que a responsabilidade pelo incêndio foi de seus membros, eles serão repreendidos.

A confusão continuou se espalhando em torno do Sambódromo. Uma grande briga entre torcedores de escolas de samba foi registrada na esquina das avenidas Marquês de São Vicente e Rio Branco. A Polícia chegou pouco depois para tentar controlar a situação.

No Sambódromo, o clima seguiu de expectativa em relação ao anúncio do campeão. A perícia da Polícia Civil chegou ao local para tirar fotografias do ocorrido e recolher os votos em um saco plástico.

Entenda o caso
Uma confusão promovida por integrantes de escolas de samba interrompeu a apuração do Carnaval de São Paulo nesta terça-feira (21). Faltando apenas uma nota dez para assegurar o título para a Mocidade Alegre, Tiago Ciro Tadeu Faria, 29 anos, integrante da Império de Casa Verde, invadiu a área de apuração, tomou o último envelope das mãos do leitor e o rasgou.

O delegado Osvaldo Nico Gonçalves, da Delegacia Especializada em Atendimento ao Turista (Deatur), anunciou a detenção do principal responsável por todo o tumulto. Caue Santos Pereira, 20 anos, integrante da Gaviões da Fiel, também foi detido, este por atirar objetos. De acordo com o major da Polícia Militar de São Paulo, Alexandre Gaspariano, cinco integrantes de escolas de samba foram detidos.

Com isso, a confusão se tornou generalizada e a leitura das notas foi interrompida. Até este ponto, a Mocidade Alegre liderava a apuração com um total de 160 pontos. Solange Bichara, presidente da agremiação, evitou considerar a escola campeã do Carnaval de 2012. "Não posso me considerar campeã por algo que não aconteceu", afirmou.

Uma reunião extraordinária entre a Liga das Esclas de Samba e os diretores das agremiações foi montada para decidir o desfecho do Carnaval 2012.

O tumulto se espalhou no entorno do Sambódromo. Torcedores foram vistos chutando os portões próximos à área da dispersão. Pouco depois, um carro alegórico da Pérola Negra foi incendiado por um grupo ainda não identificado. A alegoria tinha estrutura toda de palha, representando um índio gigante, e foi totalmente destruída pelo fogo.

Fonte: Terra
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