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Moradores deixam o circuito Campo Grande no Carnaval

21 fev 2012 - 22h01
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Daniel Favero
Direto de Salvador

O circuito Campo Grande é o mais tradicional do Carnaval de Salvador. Está incrustado no coração da cidade, rodeado por prédios. Diferentemente do Barra-Ondina - espaçoso, arejado e à beira-mar - causa uma sensação quase claustrofóbica.

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Alguns moradores ficam obrigados a armar um verdadeiro esquema de guerra com direito a estoque de alimentos e instalação de placas de madeira para proteção das fachadas. Mas outros preferem mesmo fugir da muvuca.

É o caso da pedagoga Carmem Norberto, que mora há 32 anos em um dos prédios que ficam bem em frente à praça Campo Grande. "Hoje é o primeiro dia em casa desde que começou o Carnaval, porque eu fui embora", conta. "É muito bom morar aqui, mas quem não gosta tem que sair. Eu moro no 15º andar e não consigo ouvir a TV nem a campainha da porta porque aqui o Carnaval acontece 24 horas, tem gente para todos os lados".

Segundo Antonio Caldas, 48 anos, porteiro de um dos prédios do entorno da praça, todo o ano edifícios têm a frente protegida pelas placas de madeira para evitar o vandalismo dos foliões que acompanham os blocos.

"É por proteção. Todo o ano fazem isso para evitar invasão, porque senão as pessoas sobem nas grades, destroem os portões", conta. No prédio onde ele trabalha, todas as entradas ficam fechadas. "Os moradores só saem entre às 8h e 10h, que é quando os trios dão uma amenizada". Segundo ele, os blocos comandados por Ivete Sangalo, Parangolé, Pisirico são os que mais atraem foliões exaltados.

No entanto, diferente do que se pensa, a região é muito valorizada. Um apartamento custa em média R$ 700 mil, e os moradores reclamam do desprestígio dos grandes blocos com o circuito. Isso, segundo eles, influencia no valor dos apartamentos.

"Os moradores gostam muito. Dizem que, apesar do transtorno, isso valoriza o imóvel", conta Antonio Caldas. Carmem concorda. "É uma área muito valorizada, apesar do circuito ter decaído muito nesse ano. As bandas mais prestigiadas têm se apresentado apenas no Barra-Ondina, com os camarotes que são feitos para turistas", critica.

A pedagoga conta que já viu muita coisa durante o Carnaval nos 32 anos em que vive em Campo Grande. "Teve um ano, quando meus filhos ainda moravam comigo, no qual recebemos mais de 20 pessoas, era gente tomando banho e comendo o tempo todo. (...) Teve outro ano no qual tivemos um óbito no prédio. O corpo só pode ser retirado depois de muito protocolo com o Corpo de Bombeiros".

Até consulta médica por telefone Carmem teve que receber por conta do Carnaval. "Teve uma vez que eu tive dengue e tive que ser atendida pelo médico por telefone porque ninguém conseguia chegar ou sair", lembra.

Carnaval no Terra
O Terra transmite, ao vivo e em HD, a folia em Salvador. Não perca Ivete Sangalo, Claudia Leitte, Daniela Mercury, Chiclete com Banana, entre outros, agitando o circuito Barra-Ondina. O ator Cassio Reis e a apresentadora baiana Érica Saraiva comandam o estúdio do camarote do Terra, entrevistando famosos - como a atriz Sharon Stone - entre os mais de 800 convidados por dia.

O portal também acompanha minuto a minuto todos os desfiles e a apuração das escolas de samba de Rio de Janeiro e São Paulo. Notícias, fotos, vídeos e a transmissão de Salvador também estão em tablets e no celular. Acesse m.terra.com.br/carnaval2012.

"É muito bom morar aqui, mas quem não gosta tem que sair", conta a pedagoga Carmem Norberto
"É muito bom morar aqui, mas quem não gosta tem que sair", conta a pedagoga Carmem Norberto
Foto: Daniel Favero / Terra
Fonte: Terra
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