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Delegado não descarta orquestração na apuração do Carnaval de SP

27 fev 2012 - 19h38
(atualizado em 28/2/2012 às 20h59)
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Marina Azaredo
Direto de São Paulo

Luiz Fernando Saab, delegado que investiga o tumulto na apuração do Carnaval de São Paulo, na última terça-feira (21), negou que a tese de orquestração da confusão tenha sido enfraquecida e disse que ainda trabalha com essa hipótese.

O delegado recebeu nesta tarde de segunda-feira (27), na Delegacia Especializada em Atendimento ao Turista (Deatur), Adriano Salles Vanni, advogado da escola Camisa Verde e Branco. Vanni lhe entregou o nome completo de Adão, membro da escola que jogou os envelopes para o ar no momento da confusão.

O advogado também questionou o indiciamento de Alexandre Salomão, presidente da Camisa Verde e Branco, e reforçou a tese que ele rasgou envelopes vazios. Segundo Vani, Paulo Sérgio Ferreira, o Serginho, presidente da Liga Independente das Escolas de Samba, teria confirmado que não havia nada nos envelopes.

"Por que começar o inquérito indiciando o Salomão?", disse o advogado. Vani disse que seu cliente terá que ser desindiciado caso comprovem que os envelopes estavam vazios, já que não há crime em rasgá-los.

Já o delegado Saab negou que Serginho tenha confirmado que os envelopes estavam vazios e que não há possibilidade de desindiciar Salomão, pois acredita no delito. Ele também contou que o presidente da Camisa Verde e Branco foi acusado com base nas imagens e em depoimentos de outras testemunhas.

Saab ainda disse que todos os que passaram ou irão passar pela delegacia podem ou serão indiciados. "Estamos trabalhando forte para descobrir quem são os membros da Gaviões da Fiel que incendiaram o carro da Pérola Negra".

Quem também depôs nesta segunda-feira foi Caio de Souza Santos, membro do time de intérpretes e presidente do conselho deliberativo da Vai-Vai. Segundo o carnavalesco, ele entrou na mesa de apuração no calor do momento por não concordar com a troca de jurados um dia antes do início dos desfiles do grupo especial.

Sobre Tiago Ciro Tadeu Faria e Cauê Santos Pereira, presos no dia do tumulto, ele disse que cada um toda atitudes por conta própria. Santos ainda pediu desculpa à sociedade e aos sambistas pelo acontecimento, que classificou como uma coisa "chata".

Entenda o caso
Uma confusão promovida por integrantes de escolas de samba interrompeu a apuração do Carnaval de São Paulo na terça-feira (21). Faltando apenas uma nota dez para assegurar o título à Mocidade Alegre, Tiago Ciro Tadeu Faria, 29, integrante da Império de Casa Verde, invadiu a área de apuração, tomou o último envelope das mãos do leitor e o rasgou.

O tumulto se espalhou pelo entorno do Sambódromo. Torcedores foram filmados chutando os portões próximos à área da dispersão. Pouco depois, um carro alegórico da Pérola Negra foi incendiado por um grupo de torcedores da Gaviões da Fiel. A alegoria tinha estrutura de palha, representando um índio gigante, e foi totalmente destruída pelo fogo.

O delegado Osvaldo Nico Gonçalves, da Deatur, anunciou a detenção de Tiago, principal responsável pelo início do tumulto. Cauê Santos Pereira, 20, integrante da Gaviões da Fiel, também foi detido, por atirar objetos.

A polícia investiga ainda o envolvimento de integrantes de outras agremiações na confusão, entre elas a Vai-Vai, a Império de Casa Verde e a Camisa Verde e Branco, segundo o delegado.

Na própria terça, uma reunião extraordinária entre a Liga das Escolas de Samba e os diretores das agremiações foi montada para decidir o desfecho do Carnaval 2012, que deixou o título com a Mocidade Alegre.

Delegado disse que ainda trabalha com hipótese de orquestração na apuração do Carnaval de São Paulo
Delegado disse que ainda trabalha com hipótese de orquestração na apuração do Carnaval de São Paulo
Foto: Elisa Rodrigues / Futura Press
Fonte: Terra
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