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Presidente da X-9 depõe: "cada um luta por seus direitos"

28 fev 2012 - 12h26
(atualizado às 13h21)
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Marina Azaredo
Direto de São Paulo

O presidente da X-9 Paulistana e vice-presidente da Liga das Escolas de Samba, José Manoel Gaspar, compareceu à Delegacia Especializada em Atendimento ao Turista (Deatur), nesta terça-feira (28), para depor sobre a confusão que assolou a apuração do Carnaval de São Paulo na última semana. Ele afirmou que não existiu acordo com as agremiações para que não houvesse rebaixamento. "Não existiu acordo. Cada um luta por seus direitos".

De acordo com Gaspar, ele foi a favor da validação dos votos dos jurados substituídos, mas afirmou que pode vetar algum jurado mal intencionado no ano que vem. "Podemos vetar, se sentirmos que houve maldade na justificativa dele", contou.

Para ele, a invasão no local onde acontecia a apuração foi inesperada. "Foi um ato insano do Tiago (que foi preso por invadir a apuração). Ninguém pagou para ele fizesse o que ele fez", explicou. Segundo Gaspar, no regulamento da Liga existe punição para o que aconteceu, mas que o caso só será decidido quando o inquérito terminar. "Nota baixa pode ser motivo de revolta, mas tem de ver as justificativas dos jurados. Não dá para se revoltar sem ver as justificativas antes", completou.

O vice-presidente, que foi sem advogado, acredita que não precisa de assessoria durante as investigações. "É a minha primeira vez em uma delegacia para depor e o meu advogado sou eu". Ainda hoje devem depor integrantes da Império de Casa Verde, Acadêmicos do Tucuruvi, Mancha Verde e Dragões da Real.

Na última segunda-feira (27), o presidente da Liga, Paulo Sérgio Ferreira, também prestou esclarecimentos na delegacia. "Tiago e Cauê são desconhecidos de todos os presidentes e não participaram de nada. Por isso não podem ter escutado nenhuma conversa", explicou ele, que negou que os dois tivessem relação com alguma escola do Grupo Especial de São Paulo.

Segundo o delegado que investiga o caso, Cauê e Tiago disseram que as escolas tinham um acordo de que nenhuma seria rebaixada e como isso não estava sendo respeitado, os dois decidiram invadir. Para ele, os dois justificaram a invasão alegando este mesmo motivo, já que logo depois de detidos foram ouvidos separadamente, impossibilitando uma conversa entre os dois.

Entenda o caso
Uma confusão promovida por integrantes de escolas de samba interrompeu a apuração do Carnaval de São Paulo na terça-feira (21). Faltando apenas uma nota dez para assegurar o título à Mocidade Alegre, Tiago Ciro Tadeu Faria, 29, integrante da Império de Casa Verde, invadiu a área de apuração, tomou o último envelope das mãos do leitor e o rasgou.

O tumulto se espalhou pelo entorno do Sambódromo. Torcedores foram filmados chutando os portões próximos à área da dispersão. Pouco depois, um carro alegórico da Pérola Negra foi incendiado por um grupo de torcedores da Gaviões da Fiel. A alegoria tinha estrutura de palha, representando um índio gigante, e foi totalmente destruída pelo fogo.

O delegado Osvaldo Nico Gonçalves, da Deatur, anunciou a detenção de Tiago, principal responsável pelo início do tumulto. Cauê Santos Pereira, 20, integrante da Gaviões da Fiel, também foi detido, por atirar objetos.

A polícia investiga ainda o envolvimento de integrantes de outras agremiações na confusão, entre elas a Vai-Vai, a Império de Casa Verde e a Camisa Verde e Branco, segundo o delegado.

Na própria terça, uma reunião extraordinária entre a Liga das Escolas de Samba e os diretores das agremiações foi montada para decidir o desfecho do Carnaval 2012, que deixou o título com a Mocidade Alegre.

As escolas que vão desfilar no sambódromo na noite de hoje são: Unidos da Tijuca, que levou o título deste ano, Salgueiro (2º lugar), Vila Isabel (3º), Beija-Flor (4º), Grande Rio (5º) e Portela (6º)
As escolas que vão desfilar no sambódromo na noite de hoje são: Unidos da Tijuca, que levou o título deste ano, Salgueiro (2º lugar), Vila Isabel (3º), Beija-Flor (4º), Grande Rio (5º) e Portela (6º)
Foto: Philippe Lima / AgNews
Fonte: Terra
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