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Carnaval SP: cartola diz ter procurado jurados para reaver notas

28 fev 2012 - 17h00
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Marina Azaredo
Direto de São Paulo

Na saída do Deatur (Delegacia Especializada em Atendimento ao Turista) depois de prestar depoimento sobre o tumulto ocorrido durante a apuração do Carnaval paulistano na semana passada, o presidente da Acadêmicos do Tucuruvi, Hussein Abdo ElSelam, o Jamil, afirmou ter ido atrás de jurados para recuperar as notas pendentes dos desfiles das escolas de samba. No entanto, não conseguiu encontrá-los.

"Tentamos localizá-los para ver se eles lembravam de suas avaliações ou se ao menos possuíam rascunhos delas, afinal queríamos deixar o Carnaval mais justo", explicou em frente à delegacia nesta terça-feira (28). "Como não conseguimos, optamos por homologar o Carnaval com as notas que tínhamos".

Garantindo ter visto muito pouco da confusão ocorrida no sambódromo do Anhembi, o cartola insistiu no discurso de que não houve qualquer acordo para iniciar os tumultos na ocasião. "Não existe isso de o Tiago (Faria, homem que rasgou os primeiros envelopes de notas) ter sido pago. Foi tudo imprevisto. Aquilo aconteceu porque tem gente que não se conformou com a nota tirada".

Jamil ainda defendeu a idoneidade da Liga das Escolas de Samba de São Paulo, a quem creditou a responsabilidade por possíveis punições por causa do episódio. "Há mais de 15 anos tivemos coisas desse tipo no Carnaval, mas hoje está tudo mais moderno e adiantado. O Carnaval de São Paulo está quase como o do Rio de Janeiro e ainda vai crescer muito mais".

O presidente da Dragões da Real, Renato Remondini, o da Mancha Verde, Paulo Serdan, e o da Império de Casa Verde, Alexandre Furtado, ainda prestariam depoimento no Deatur nesta terça.

Entenda o caso

Faltando apenas uma nota dez para assegurar o título da Mocidade Alegre, Tiago Ciro Tadeu Faria, 29 anos, integrante da Império de Casa Verde, invadiu a área de apuração, tomou o último envelope das mãos do leitor e o rasgou.

Após o início da confusão, três suspeitos foram flagrados em vídeo ateando fogo em um carro alegórico. Eles usavam camisas da escola de samba Gaviões da Fiel, mas a polícia investiga ainda o envolvimento de integrantes de outras agremiações no tumulto, entre elas a Vai-Vai, a Império de Casa Verde e a Camisa Verde, segundo o delegado Osvaldo Nico Gonçalves, da Deatur.

O tumulto fez com que o Gonçalves anunciasse a detenção do principal responsável por ele: Tiago Farias. Cauê Santos Pereira, 20 anos, integrante da Gaviões da Fiel, também foi detido, por atirar objetos. De acordo com o major da Polícia Militar de São Paulo, Alexandre Gaspariano, cinco integrantes de escolas de samba foram detidos.

O tumulto se espalhou no entorno do Sambódromo. Torcedores foram filmados chutando os portões próximos à área da dispersão e, pouco depois, um carro alegórico da Pérola Negra foi incendiado por um grupo identificado pelo delegado como parte da Gaviões da Fiel. A alegoria tinha estrutura de palha, representando um índio gigante, e acabou totalmente destruída pelo fogo.

Na própria terça-feira (21), uma reunião extraordinária entre a Liga das Escolas de Samba e os diretores das agremiações foi montada para decidir o desfecho do Carnaval 2012, que deixou o título com a Mocidade Alegre.

Tiago Faria sendo levado pela PM paulista na terça-feira passada, após iniciar tumultos na apuração dos desfiles, no Anhembi
Tiago Faria sendo levado pela PM paulista na terça-feira passada, após iniciar tumultos na apuração dos desfiles, no Anhembi
Foto: Mauro Horita / Especial para Terra
Fonte: Terra
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