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MP denuncia 13 pessoas por tumulto na apuração do Carnaval de SP

30 mai 2012 - 23h05
(atualizado às 23h08)
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O Ministério Público abriu, na última terça-feira (29), uma acusação formal contra 13 pessoas apontadas como responsáveis pelo tumulto durante a apuração do Carnaval do Grupo Especial de São Paulo, no dia 21 de fevereiro.

De acordo com a denúncia, conduzida pela promotora de Justiça Fernanda Chuster Pereira, Darly Silva, o "Neguitão"; Alexandre Furtado, o "Tetinha"; Josélia Alves, a "Jô"; Alexandre Cabrino Salomão; Antonio Alan Souza Silva; Maurício José da Silva; e Edilson Carlos Casal, o "Nego", - todos representantes de escolas de samba da capital - foram apontados como os encorajadores do início na confusão. Os representantes das agremiações intencionavam inviabilizar a conclusão da leitura das notas, acreditando que não haveria a anunciação de vencedores e rebaixados, o que beneficiaria as escolas Império da Casa Verde, Gaviões da Fiel, Camisa Verde e Branco, Vai-Vai, Pérola Negra e Tom Maior.

Além dos carnavalescos, o MP também denunciou Tiago Ciro Tadeu Faria, Cauê Santos Ferreira, Washington Alessandro de Campos, o "Adão", Caio de Souza Santos, Wagner da Costa e Renato José Narche Jabur Maluf por supressão de documento e dano ao patrimônio municipal.

Para a promotora, Tiago Faria foi o primeiro a invadir o local reservado à apuração das notas dos jurados, tentando dar fim nos envelopes com as notas antes de fugir do local. Em seguida, o palco foi invadido por Cauê Ferreira, Alexandre Salomão e Washington Campos, que também rasgaram e arremessaram votos para o alto. Os demais participaram incitando o tumulto e depredando bens do Sambódromo, arremessando cadeiras, lixeiras e cones, e derrubando grades.

Entenda o caso

Faltando apenas uma nota dez para assegurar o título da Mocidade Alegre, Tiago Ciro Tadeu Faria, 29 anos, integrante da Império de Casa Verde, invadiu a área de apuração, tomou o último envelope das mãos do leitor e o rasgou.

Após o início da confusão, três suspeitos foram flagrados em vídeo ateando fogo em um carro alegórico. Eles usavam camisas da escola de samba Gaviões da Fiel, mas a polícia investiga ainda o envolvimento de integrantes de outras agremiações no tumulto, entre elas a Vai-Vai, a Império de Casa Verde e a Camisa Verde, segundo o delegado Osvaldo Nico Gonçalves, da Deatur.

O tumulto fez com que o Gonçalves anunciasse a detenção do principal responsável por ele: Tiago Faria. Cauê Santos Pereira, 20 anos, integrante da Gaviões da Fiel, também foi detido, por atirar objetos. De acordo com o major da Polícia Militar de São Paulo, Alexandre Gaspariano, cinco integrantes de escolas de samba foram detidos.

O tumulto se espalhou no entorno do Sambódromo. Torcedores foram filmados chutando os portões próximos à área da dispersão e, pouco depois, um carro alegórico da Pérola Negra foi incendiado por um grupo identificado pelo delegado como parte da Gaviões da Fiel. A alegoria tinha estrutura de palha, representando um índio gigante, e acabou totalmente destruída pelo fogo.

Na própria terça-feira, 21 de fevereiro, uma reunião extraordinária entre a Liga das Escolas de Samba e os diretores das agremiações foi montada para decidir o desfecho do Carnaval 2012, que deixou o título com a Mocidade Alegre.

No tumulto, carro alegórico da Pérola Negra foi incendiado por torcedores da Gaviões da Fiel
No tumulto, carro alegórico da Pérola Negra foi incendiado por torcedores da Gaviões da Fiel
Foto: Marcos Bezerra / Futura Press
Fonte: Terra
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