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Reduto de gringos, Santa Tereza exige físico de “guerreiro” do folião

9 fev 2013 - 18h38
(atualizado às 18h57)
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Câmera na cabeça, samba no pé; repórter vive dia de folião:

Existem duas coisas a serem ditas na tentativa de traduzir o Carnaval de rua no simpático e artístico bairro de Santa Tereza, no centro do Rio de Janeiro, reduto dos gringos que não se importam em ficar longe da badalada zona sul carioca. No resumo, é preciso ser um legítimo guerreiro da folia para curtir o máximo sem se estressar com a multidão e o aperto, e lembrar que a festa mais popular do País também encontra sua referência mineira em pleno solo fluminense, já que as ladeiras não só dão um efeito Ouro Preto ou Diamantina, num cenário que destoa dos demais, como exigem físico, principalmente das panturrilhas.

O sufoco começa aos pés do bairro. Não bastasse a saudade do bondinho que trafegava pelos Arcos da Lapa e era um plus único para a folia, a paciência já se mostra necessária na disputa por um táxi que tope subir até Santa Tereza, mesmo com as interdições. O bondinho está fora de circulação desde o acidente de agosto de 2011 que matou seis pessoas.

Poucos se arriscam e o folião, ainda assim, para chegar aos largos onde a folia se concentra tem que subir longas escadarias. Aos que estiverem de "tanque" (muito) cheio, o esforço físico, combinado ao sol, talvez não seja recomendado pela Organização Mundial de Saúde. Talvez. Falando no sol: ele é um dos grandes vilões. Não há escapatória, sem planejamento.

Nos blocos de rua mais famosos de Santa, Carmelitas e Céu na Terra, se o festeiro não se posicionar estrategicamente na parte da frente da bateria ou carros de som, no caso do Carmelitas, não terá rota de fuga. As estreitas ruas impedem qualquer tipo de movimento brusco. É a legítima tese de que a “massa é capaz de te levar sem você se dar conta”.

Isso sem falar nos banheiros: a prefeitura do Rio organiza bem o Carnaval, faz campanhas educativas e tem aumentado o número de banheiros, mas o caso de Santa Tereza é específico. Eles ficam longe, são poucos e, além disso, como sair para fazer xixi quando está todo mundo espremido, sem rota de fuga?

Na última sexta-feira, no bloco das Carmelitas, a reportagem do Terra flagrou um folião sendo levado para a delegacia pelos agentes da Secretaria de Ordem Pública. O rapaz só faltou ajoelhar-se e pedir para não ser tirado dali, da festa, da folia, só porque estava fazendo suas necessidades ao ar livre. Não teve discussão, claro.

A vontade do folião em não querer, de jeito algum, deixar o Carnaval de Santa Tereza também confirma o óbvio: se toda vez cinco, seis mil foliões se espremem sem ter amanhã pelas ruas é porque o astral local é mesmo único. O clima de fantasias, das mais criativas, promove sempre um festival de cores. A harmonia é mais do que clara, a ponto de não importar se está mesmo difícil chegar até o cara que vende cerveja. Basta levar uma sacola térmica.

Carnaval ao vivo no Terra

O Terra transmite entre os dias 7 e 12 de fevereiro a passagem dos principais trios-elétricos pelos circuitos Barra-Ondina e Campo Grande de Salvador ao vivo e de graça no Terra via computadores, tablets, smartphones ou televisores conectados. A transmissão será em alta definição (HD) ou qualidade standard - dependendo da disponibilidade de banda do usuário - para todo o Brasil e demais países da América Latina. O portal também transmitirá tradicionais bailes e blocos de rua do Rio de Janeiro.

Já no dia dos desfiles das escolas de samba do Rio e de São Paulo, o público poderá acompanhar todos os detalhes através de narração minuto a minuto e a apuração nota a nota que definirá as campeãs.

Fonte: Terra
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