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RJ: Bola Preta desfila com Leandra Leal em busca de recorde

O bloco fluminense quer bater o recorde de público do Galo da Madrugada, de Pernambuco, além de alegrar a multidão que se aglomerava logo cedo no Centro do Rio

9 fev 2013 - 10h21
(atualizado às 10h50)
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Quando começou o desfile do Cordão da Bola Preta, no centro do Rio de Janeiro, o bloco mais tradicional da cidade tinha dois objetivos: alegrar a multidão e bater oficialmente um recorde que ainda pertence ao Galo da Madrugada, que também desfilou na manhã deste sábado no Recife - se tornar o maior bloco de carnaval do mundo.

O primeiro resultado certamente o grupo atingiu com uma horda de gente que acordou cedo e desde 7h já estava na Avenida Rio Branco se divertindo. O segundo depende de apurações que só devem ser divulgadas bem depois do desfile. Pelas contas da prefeitura do Rio, ano passado o Bola Preta levou 2,3 milhões de pessoas para as ruas do centro. Foi o suficiente para os membros do bloco se considerarem os maiorais.

Este ano o Guiness, livro dos recordes, enviou representantes para referendar a cifra. A expectativa dos organizadores é atrair 2,5 milhões de foliões, um recorde mundial. "Certamente isso vai acontecer. O Bola é um fenômeno desta cidade", afirma o presidente do bloco, Pedro Marinho, cuja camiseta já estampava os dizeres "maior bloco do mundo".

Para tanta popularidade, contam vários atributos. O primeiro é a antiguidade. Fundado em 1918, o Bola Preta é o primeiro bloco do Rio. É o único remanescente dos tradicionais cordões carnavalescos do início do século XX.

Para completar, tem uma dupla de beldades famosas que causa admiração: as atrizes Leandra Leal e Desirré Oliveira encarnam a porta-bandeira e a rainha de bateria, respectivamente. Esta última, grávida de cinco meses, já pensava até no desfile de 2014. "Não vejo a hora de trazer o meu príncipe Andrei (o nome escolhido para o filho) no meu colo para desfilar ano que vem", diz. Quem também acompanhou o bloco foi a ministra Maria do Rosário, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.

O bloco tinha cartazes pedindo que as pessoas se preocupassem que as crianças não fossem vítima de violência. No entanto, o Terra flagrou algumas com pouco mais de 5 anos trabalhando na avenida vendendo cerveja. A ministra disse que esta é uma realidade que ainda existe no País e pediu conscientização e denúncias no telefone 100. "É muito importante que haja engajamento de todos os personagens da sociedade", disse.

Enquanto os integrantes do bloco usavam roupas brancas com bolas pretas, o público em geral ousava nas fantasias - com as cores do bloco ou não. Wandim dos Santos saiu de Campo Grande, na zona oeste da cidade, com 17 amigos. Todos fantasiados de coelhinhas. Uma fantasia divertida e com muito estilo. "Tivemos de comprar tecido, contratar costureira e até grafiteiro para pintar nossa fantasia. Custou cerca de R$ 480, mas vale a pena. Todo mundo se diverte muito e o Bola Preta é de graça", contou.

O bloco mais tradicional da cidade quer alegrar a multidão e bater oficialmente um recorde que ainda pertence ao Galo da Madrugada, de bloco que leva o maior número de foliões às ruas
O bloco mais tradicional da cidade quer alegrar a multidão e bater oficialmente um recorde que ainda pertence ao Galo da Madrugada, de bloco que leva o maior número de foliões às ruas
Foto: Mauro Pimentel / Terra

Toda esta alegria é uma forma também de esquecer o momento difícil por que passa o Bola Preta. O clube tem dívidas que ultrapassam os R$ 2 milhões e corre risco de ser dissolvido num futuro próximo - depende de desfechos de ações judiciais. A sede que ocupa, na Rua da Relação, é um imóvel cedido pelo estado depois que o bloco foi despejado. "Uma coisa não tem nada a ver com a outra. Este é o momento para nos descontrairmos. Nossa situação realmente é muito difícil, mas isso não abala o nosso carnaval. Esta multidão aqui está de prova disso. Vestiram preto e branco para vir pular aqui no centro", disse o presidente.

O clube tem apenas 360 associados e precisa se virar em festas para juntar dinheiro. O Carnaval é também um momento de gastos elevados: toda a estrutura para o desfile custa cerca de R$ 180 mil - apenas R$ 50 mil foram repassados pelo governo do Estado e pela prefeitura. "Precisamos que o poder público tenha um pouco de sensibilidade. O Bola Preta é um patrimônio cultural da cidade. Cabe ao Rio de Janeiro cuidar do Bola Preta para que ele não passe por novas humilhações", pediu Marinho, já emocionado com o estandarte do bloco durante o desfile.

Carnaval ao vivo no Terra

O Terra transmite entre os dias 7 e 12 de fevereiro a passagem dos principais trios-elétricos pelos circuitos Barra-Ondina e Campo Grande de Salvador ao vivo e de graça no Terra via computadores, tablets, smartphones ou televisores conectados. A transmissão será em alta definição (HD) ou qualidade standard - dependendo da disponibilidade de banda do usuário - para todo o Brasil e demais países da América Latina. O portal também transmitirá tradicionais bailes e blocos de rua do Rio de Janeiro. Já no dia dos desfiles das escolas de samba do Rio e de São Paulo, o público poderá acompanhar todos os detalhes através de narração minuto a minuto e a apuração nota a nota que definirá as campeãs.

Fonte: Terra
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