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Ícones da música e beldades marcam 2° dia de desfiles no Rio

9 fev 2016 - 09h15
(atualizado às 15h21)
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Seis escolas de samba completaram entre a noite de segunda-feira e a madrugada de terça-feira (09) os desfiles do Grupo Especial do Rio de Janeiro. Elas vão disputar os pontos dos nove quesitos que terão as notas conhecidas na quarta-feira (10), durante a apuração na Praça da Apoteose. 

O sol forte por volta das 19h não impediu que o público começasse a ocupar as arquibancadas do Sambódromo para ver o espetáculo de escolas de grandes torcidas e ainda as duas com o maior número de campeonatos, Portela (21) e Mangueira (17).

Vila Isabel

A primeira agremiação a entrar na Avenida Marquês de Sapucaí foi a Vila Isabel, escola da zona norte, que exaltou o centenário de Miguel Arraes, o pai Arraia. A Vila mostrou a história do cearense, que fez sua vida política em Pernambuco. O enredo "Memórias de Pai Arraia. Um sonho pernambucano, um legado brasileiro" foi sugerido pelo cantor e compositor Martinho da Vila, que também é um dos autores do samba-enredo.

A comissão de frente foi um dos destaques da Vila. A coreografia é de Jaime Arôxa, que, pelo segundo ano consecutivo, foi responsável por um dos quesitos que a cada ano provoca mais curiosidade do público.

Salgueiro

A segunda escola a se apresentar foi o Salgueiro, com o enredo "A Ópera dos Malandros", desenvolvido pelos carnavalescos Renato e Márcia Lage. A vermelho e branco da Tijuca transformou a Marquês de Sapucaí em malandragem. Os diferentes tipos de malandro foram do samba miudinho, passando pelo faceiro que entra na roda e ainda o que “vai flanando triunfal por entre deuses e meretrizes, rainhas e monarcas…”.

A escola enfrentou um problema técnico quando as luzes do carro abre-alas se apagaram. 

São Clemente

A São Clemente, com o enredo "Mais de mil palhaços no salão", foi a terceira escola a entrar na Passarela do Samba. A carnavalesca Rosa Magalhães, que coleciona sete títulos de campeã com o Império Serrano, Imperatriz Leopoldinense e Vila Isabel, ocupou todos os espaços com palhaços, que levaram alegria ao Sambódromo.

O fim do desfile teve um momento de crítica e reflexões. A carnavalesca, também professora de Belas Artes, destacou o movimento estudantil dos jovens caras-pintadas, em 1992. Ela lembrou que, à época, muitos deles usavam chapéu de bobo da corte nas manifestações. As críticas se estenderam em um panelaço, chamando atenção do público.

Portela

Já na madrugada de terça-feira (9), a Portela foi quarta escola na Marquês de Sapucaí. O enredo "No voo da Águia, uma viagem sem fim" mostrou a viagem do símbolo da azul e branco, a águia, em uma grande viagem pela história da humanidade e pela imaginação dos viajantes no deserto, em florestas sombrias e geleiras, além da procura por mundos perdidos e a busca por tesouros. Não esquecendo da cobiça e da ambição do homem.

Imperatriz

As duas últimas a desfilar na Sapucaí empolgaram com enredos que trouxeram astros da música brasileira para a avenida. Na Imperatriz, a homenagem à dupla sertaneja Zezé Di Camargo e Luciano no enredo "É o Amor... Que mexe com minha cabeça e me deixa assim... – Do sonho de um caipira nascem os Filhos do Brasil" destacou diversos aspectos da história dos músicos e misturou samba com sertanejo.

O carnavalesco Cahê Rodrigues levou o enredo por Pirenópolis, em Goiás, cidade em que Zezé começou a carreira, transformou o irmão deles Emival, morto aos 11 anos, em um anjo caipira que guarda a família Camargo e destacou no desfile os pais da dupla, Francisco e Helena.

Um carro, que entrou na terceira parte do enredo, foi decorado com 180 violões, e após o desmonte da alegoria, serão doados por Zezé e Luciano a várias instituições ligadas ao ensino da múnsica.

Mangueira

Com o enredo "Maria Bethânia, a Menina dos Olhos de Oyá", a Mangueira homenageou a cantora, que completou 50 anos de carreira. O carnavalesco Leandro Vieira, estreante no Grupo Especial, disse que o enredo é um prazer para ele que há tempos alimentava o desejo de desenvolver o projeto sobre Bethânia. 

A Mangueira também enfrentou problemas técnicos: o quinto carro esfilou por parte da avenida com luzes apagadas.

O samba-enredo da escola, que encerrarou os desfiles da elite do carnaval carioca foi apontado como um dos melhores da safra de 2016. E não desapontou na avenida. A escola foi a mais ovacionada do dia e venceu a tradicional pesquisa Estandarte de Ouro do jornal O Globo como a peferida do público nos desfiles. 

Foto: Daniel Pinheiro/AgNews
Agência Brasil Agência Brasil
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