Império da Tijuca conta com comunidade para ficar na elite
Longe do Grupo Especial desde 1996, a Império da Tijuca conta com a força do chão do Morro da Formiga, favela vizinha ao bairro que dá nome à escola, na zona norte do Rio, para se manter entre a elite do Carnaval carioca e, quem sabe, conquistar o direito de voltar à avenida no desfile das campeãs.
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Ex-presidente e atualmente parte da diretoria, Sebastião Vicente da Silva, o Tião, acredita na importância do apoio dos moradores para o sucesso da escola: “Quem canta, quem desfila por amor? A comunidade. A escola que tem chão tem muita possibilidade de vencer. Não é o luxo que conta, é o amor”, ressalta.
Tião ressalta que é muito difícil fazer Carnaval com pouco dinheiro. “É uma escola subindo, a primeira a desfilar, de uma comunidade carente, competindo com patrocínios milionários”, explica. Apesar disso, Tião acredita que a qualidade do samba-enredo, batizado de Batuk, que trata das tradições africanas, e a animação dos componentes, farão a diferença. “Vamos inflamar a avenida”, diz.
Aos 71 anos, Tião, que nasceu no mesmo ano e na mesma casa em que a escola foi criada, conta que, pela Império, não foi somente mestre-sala e ritmista. Atualmente desfila com a diretoria por discordar da modernidade da Velha Guarda atual, incorporada ao desfile. “Sou pela Velha Guarda de terno e chapéu, que vai a frente, recebe a escola na avenida. Se eu sair em uma ala eu não vejo nada.”
Ainda assim, ele não entra na Sapucaí sem agulha, linha, esparadrapo e afins, para ajudar caso alguma fantasia rasgue ou alguém se machuque. E fica animado em pensar na volta agremiação ao Grupo Especial. “Se as pessoas amam e abraçam a escola não tem como ir mal”, declara.