Laudo do incêndio no Rio ficará pronto em duas semanas
8 fev2011 - 07h51
(atualizado às 07h53)
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Uma segunda-feira de cinzas e tristeza para o mundo do samba. Depois de um ano todo de trabalho, quatro horas de fogo foram suficientes para deixar desolado quem viu o sonho de conquistar um título virar pó. Incêndio na Cidade do Samba, no Centro do Rio, nessa segunda (7) de manhã, fez o dia virar noite e transformou em fuligem galpões de três das 12 agremiações a um mês dos desfiles. Dois peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli foram ontem no local para fazer o laudo com as causas do incêndio, que deverá ficar pronto em duas semanas.
O fogo, que começou por volta das 7h, destruiu alegorias e 8.100 fantasias da Grande Rio, Portela e União da Ilha, além da sede da Liga Independente das Escolas de Samba. Em minutos, as chamas se alastraram pelas fábricas do Carnaval.
Imensa coluna de fumaça negra de 500 m de altura podia ser vista a quilômetros de distância, lembrando o ataque terrorista ao World Trade Center, nos Estados Unidos, em 2001. A rota dos aviões do Santos Dumont precisou ser desviada, e o trânsito ficou congestionado. Cento e vinte bombeiros de 10 quartéis foram mobilizados.
Funcionários que dormiam no local foram acordados pelo calor das chamas. Alguns ficaram intoxicados e foram socorridos. O aderecista da Grande Rio Saimon Garcia pulou do quarto andar do galpão. "Arrombei a porta do escritório. Vi a fumaça e não tinha para onde ir, então pulei", contou ele, que caiu sobre um boi de espuma.
Desesperados, funcionários das agremiações afetadas mal acreditavam no que viam ao chegar para trabalhar. Alguns desmaiaram ao ver o cenário de destruição. "Não conseguimos salvar documentos", desabafou Bernardo Basílio, chefe de adereços da União da Ilha, que se feriu no pé ao escapar do fogo.
Dois diretores da Portela foram detidos ao tentar furar bloqueio da PM para entrar no barracão. Houve tumulto e empurra-empurra. Um policial sacou a arma e outro lançou gás de pimenta para dispersar o grupo.
A situação era bastante complicada no local, uma vez que os Bombeiros pareciam não dar conta do incêndio
Foto: AP
Um grande incêndio destruiu pelo menos quatro barracões na Cidade do Samba, na Gamboa, Zona Portuária do Rio, na manhã desta segunda-feira (7)
Foto: Bruna Prado / Futura Press
Uma enorme coluna de fumaça escura de cerca de 500 metros tomou conta do céu na região
Foto: Alex C Ribeiro / Futura Press
O fogo teve início por volta das 7h e se alastrou rapidamente
Foto: C. Alvim Costa / Futura Press
Rio de Janeiro - 10h30 - O barracão da Portela foi um dos quatro atingidos pelo fogo nesta segunda (7)
Foto: Alex C.Ribeiro / Futura Press
Além da Portela, foram atingidos os barracões da Grande Rio, União da Ilha e um outro da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa)
Foto: Alex C.Ribeiro / Futura Press
Integrantes das escolas de samba lamentaram o incêndio na Cidade do Samba
Foto: Alex C.Ribeiro / Futura Press
No momento do início do fogo, poucas pessoas estavam na Cidade do Samba
Foto: Thiago Cintra / vc repórter
Algumas alegorias não foram atingidas pelo fogo e foram retiradas do local
Foto: Marcelo Sadio / Futura Press
Carros de bombeiros combateram o fogo na Cidade do Samba, no Rio de Janeiro
Foto: Marcelo Sadio / Futura Press
O barracão da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro também foi atingido
Foto: AP
Um homem foi fotografado saindo de um barracão na Cidade do Samba
Foto: AP
Um segurança da Portela foi detido após conseguir resgatar do barracão um malote de dinheiro e uma CPU. Ele tentou repassá-los para o diretor de patrimônio da Portela, Humberto Reis
Foto: Alex C. Ribeiro / Futura Press
O policial mandou Humberto Reis devolver os itens e ele se negou. Os dois foram algemados e levados para a delegacia. O malote e a CPU foram apreendidos pelos policiais
Foto: Alex C. Ribeiro / Futura Press
O segurança da Portela foi detido pela Guarda Munipal
Foto: Alex C. Ribeiro / Futura Press
Menino observa barracão destruído pelo fogo
Foto: EFE
Integrantes das agremiações choraram ao ver o que restou dos barracões atingidos pelo incêndio
Foto: EFE
O presidente da Mangueira, Ivo Meirelles, visitou a área destruída
Foto: AgNews
Bombeiros jogaram água nos barracões atingidos pelo fogo no Rio de Janeiro
Foto: EFE
Um carro alegórico foi retirado de um barracão na Cidade do Samba
Foto: EFE
Rainha de bateria da Portela, Sheron Menezzes visitou os barracões atingidos nesta segunda (7)
Foto: André Muzell / AgNews
Internauta fotografa fumaça produzida pelo incêndio na Cidade do Samba; imagem registrada próxima à Praça da Apoteose
Foto: Eduardo Alves / vc repórter
O fogo foi controlado por volta das 11h
Foto: Eduardo Alves / vc repórter
A coluna de fumaça podia ser vista além da avenida Presidente Vargas