Paixão pelo samba faz japonesa se mudar para o Brasil
- DIEGO BARRETO
- Direto do Rio de Janeiro
Ela nasceu no Japão, mas nem pense em convidá-la para uma roda com flauta e alaúde ou qualquer outro instrumento típico da música nipônica. Nobue Kasai, 38 anos, gosta mesmo é de 'dizer no pé' ao som de surdos, repiques e tamborins. Morando no Brasil desde 2008 e apaixonada por samba, ela fará sua estreia na ala de passistas da Imperatriz Leopoldinense.
Dançarina profissional
Nobue (ou Joe, apelido que ganhou desde que chegou por aqui) conta que sua ligação com o Carnaval brasileiro foi 'amor à primeira vista'. "Cerca de dez anos atrás vi uma escola de samba lá no Japão. Quando ouvi a bateria me emocionei muito. Comecei a pesquisar tudo sobre aquele ritmo que me arrepiava. Decidi que me mudaria para o Brasil para desfilar numa escola", lembrou Joe, que precisou de muita 'ginga' para realizar o sonho.
O primeiro obstáculo da japonesa foi a resistência da família. "Minha mãe e meu irmão foram contra. Eles não entendem a paixão pelo samba. Viajei assim mesmo, com a cara e a coragem", diz. A segunda barreira foi a adaptação. "O idioma ainda é uma dificuldade. O brasileiro é muito amigo, simpático. Mas uma coisa com a qual não me acostumei é que ninguém aqui segue os horários" disse.
Dançarina profissional, Joe uniu, no Brasil, o útil ao agradável. Ela trabalha ensinando samba para japoneses que visitam o País. "Não temos o gingado que já nasce com o brasileiro, por isso a dedicação tem que ser 20 vezes maior", explicou. Na Imperatriz, Joe já passou no crivo dos bambas. Ela é querida pelos integrantes da ala dos passistas. "Desfilei na Vai-Vai e na São Clemente, mas, desde que conheci a Imperatriz, meu coração ficou verde e branco", elogiou.
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