Salgueiro faz irreverente adaptação de filmes na Sapucaí
- Fabiana Sobral
Esqueçam o rugido de um certo leão. No "filme" que o Salgueiro vai apresentar, amanhã, na Passarela do Samba, quem promete fazer o público perder o fôlego é King Kong, um macacão com cara de mau, de nove metros de altura e com dente douradi, agarrado à Central do Brasil, louco por uma loura popozuda capaz de despertar o instinto animal das criaturas terrestres. E, nos trópicos cariocas, quem lhe inferniza a vida é um ataque de Aedes aegypti.
Locação errada? Claro que não. O cenário é perfeito para o alegre roteiro de O Rio no cinema, de Renato e Márcia Lage. "O tema nos permitiu uma grande carnavalização. Tem um clima de chanchada", ressaltou Márcia, referindo-se à livre e divertida leitura que o enredo deu a filmes que, de alguma forma, estão ligados ao Rio e a sua gente. Gente, aliás, que vai poder aparecer, ao vivo, no telão do abre-alas, durante o desfile. Vá bonito à Passarela para ficar "bem na fita".
Enredo é inspirado em desenho animado
Desenvolvido a partir de sugestão ao Salgueiro do prefeito Eduardo Paes, que viu em Rio, desenho animado sobre a aventura de uma arara azul que sai dos EUA para encontrar parceira no Brasil e vive aventuras na Cidade Maravilhosa, o enredo juntando parte da história da Sétima Arte com a irreverência, para lá de própria, do Carnaval.
Resultado? "Deu a louca em Copacabana", e muito mais. O poderoso super-homem acaba em ala gay - feliz da vida, a propósito. Tem Tio Sam na batucada, bonitonas arrasando na pole dance, bateria tal qual a Tropa de Elite, reino de Atlântida perdido no fundo da Baía de Guanabara, Oscar da Academia. Só faltou mesmo o Redentor de braços abertos. Mas esse ficou de fora por conta de "observação" da Igreja.
"O enredo nos deu oportunidade de fazer um Carnaval alegre e brincalhão. Além de proporcionar cenários. As fantasias estão engraçadas, o componente vai poder se soltar, desfilar com alegria", comentou Renato. Mas aguardem as novidades. Afinal, contar o filme todo perde a graça. Vá preparando a pipoca.
Alegoria em homenagem a Carmem Miranda será "ouvida"
Um show à parte para lembrar a brazilian bombshell, com direito a coreógrafo americano. Com 40 sapateadores (homens e mulheres), o carro "Yes, nós temos bananas... pandeiros e balangandãs", vai oferecer ao público não apenas um cenário visual. Equipada com 30 captadores de som e amplificadores, a alegoria, de 15 degraus, também será "ouvida" na Sapucaí.
"Tentei, o máximo possível, casar o ritmo do sapateado com o ritmo das paradas da bateria. Adaptar essa arte tipicamente americana, a dos musicais, com o samba e seu gingado. O próprio chiclete com a banana", exemplificou o coreógrafo Steven Harper.
Bailarino, Steven vive no Brasil há tempos e já participou de desfiles no Carnaval. Dessa vez, entretanto, não esconde a vibração pelo trabalho. Durante os testes para a escolha dos integrantes do carro, se deparou com alunas que deram os primeiros passos com ele, aos 10 anos. "Estou me realizando", admitiu.
Carnaval no Terra
O Terra transmite, ao vivo e em HD, a folia em Salvador. Não perca Ivete Sangalo, Claudia Leitte, Daniela Mercury, Chiclete com Banana, entre outros, agitando o circuito Barra-Ondina.
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