PUBLICIDADE

Foliões ganham "passe livre" de parceiros e caem na folia em Salvador

9 fev 2013 - 16h52
(atualizado às 16h53)
Compartilhar
Exibir comentários

Muita gente vai ao Salvador curtir o Carnaval e deixa em casa o companheiro. Alguns casais acabam fazendo um acordo e o folião ganha o que ficou conhecido como "Vale Night", quando o parceiro é liberado para pular o Carnaval com os amigos, sem precisar se preocupar. Em Salvador, é fácil encontrar esses “alforriados” temporários, mas nem todos contam com total aprovação do parceiro.

Uma carioca de 29 anos, que não quis se identificar, disse que ganhou o aval do namorado, mas que ele não gostou muito da ideia. “Nós estamos namorando há um ano, mas eu já tinha comprado as passagens e tudo, não tinha como não vir. Ele concordou, mas está ‘morrendo’ em casa, por causa disso”, disse a mulher, que veio acompanhada de amigas. Segundo as parceiras de folia, o namorado que ficou em casa pediu para elas, em tom de brincadeira, vigiarem a amiga comprometida.

Foto: Amauri Nehn / AgNews

Já o vendedor Márcio Ueslei, 29 anos, disse que foi feita uma longa negociação com a sua mulher para que ele pudesse pular o Carnaval no trio Nana Banana, do Chiclete com Banana.  “Eu faço isso há dez anos, não tem nem como ela proibir. Eu brinco com os meus amigos que ‘comprei’ esse acordo”, disse o chicleteiro, que não quis dar detalhes como o casal chegou ao consenso.

Mais liberal, o casal Juliana Carvalho e Thiago Nazaré fizeram um acordo em que ele só tem o Vale Night para o bloco As Muquiranas, em que homens se vestem de mulher. “Ele sai sozinho nesses dias e apesar de só ter homem, tem as meninas da pipoca”, conta Juliana. Thiago diz que apesar do passe dado pela namorada, nunca usou o direito de “alforria”.

O catarinense Itamar Silva conta que a namorada o liberou sob uma única condição: “eu não conto o que aconteceu aqui e ela não me conta o que aconteceu lá no Carnaval”, diz aos risos. “O que acontece em Salvador, morre em Salvador”, pontuou.

Namorado trabalhando

As amigas Marcela Brito, 27 anos,  e Janine Oliveira, 19, vieram para o Carnaval desacompanhadas pelo mesmo motivo: os namorados estavam trabalhando. Segundo Marcela, o namorado a deixou ir, mas houve atrito. “A gente briga bastante, mas ele está trabalhando, eu não tenho culpa”, falou.

Para Janine, a conversa não foi diferente. Segundo ela, quando foi levantado o tema Carnaval, o namorado virou e disse, secamente: “Você é quem sabe”.  “Quando eu chegar em casa, vai rolar briga com certeza”, disse a foliã.

Sem permissão

Por outro lado, tem folião que disse para a namorada que foi para outro lugar e acabou vindo para Salvador.  “Falei que estava trabalhando no Mato Grosso, mas acabei vindo para cá com os meus amigos”, disse sem cerimônia Alfredo Santos, de Florianópolis, que namora há 3 anos.  Segundo a expectativa dele, sua pequena mentira jamais será descoberta pela parceira: “Vim com seis amigos e ela não vai saber nunca. Além do Nana Banana, ainda vou sair no Coco-Bambu, no Camaleão e no bloco da Banda Eva”, completou o solteiro temporário.

O folião cerimônia Alfredo Santos, de Florianópolis, não quis se identificar e ficou de costas
O folião cerimônia Alfredo Santos, de Florianópolis, não quis se identificar e ficou de costas
Foto: Amauri Nehn / AgNews

Outra que não disse para  o parceiro que viria para o Carnaval é a soteropolitana Bianca Arlein, 20 anos. Segundo ela, o companheiro está com o amigo e ela não havia comentado que iria para o Carnaval, mas uma simples ligação pode tê-la entregado. “Eu estava aqui atrás do trio e ele me ligou, acho que pelo som ele percebeu que eu estava no Carnaval, mas não consegui ouvir nada e a ligação caiu”, disse ela.

Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade
Publicidade