Mas já acabou? Os 7 erros e acertos do Carnaval de Salvador
Semana de folia, que se encerrou oficialmente na última terça-feira (17), teve de tudo, do xixi no chão ao teto de um camarote despencando
Se tem uma coisa que o folião que veio curtir o Carnaval de Salvador não pode reclamar é de falta de emoção. Na última terça-feira (17), chegou ao fim (mas já?) a semana de folia do Carnaval baiano, que deixou das coisas mais bizarras e memoráveis para trás.
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Teve moça fazendo xixi no chão, estrela do funk passando despercebida, protesto de vendedores ambulantes e até teto de camarote despencando de madrugada.
Mas nem tudo foi ruim. O Carnaval de 2015 proporcionou encontros memoráveis, performances marcantes de artistas e público e muita, mas muita alegria. Por isso, listamos os sete erros e acertos de Salvador durante os festejos. Afinal, a vida é feita de momentos.
Os erros
Juro que não é pegar no pé. Mas o que foi a Anitta puxando um bloco neste Carnaval? Um equívoco total.
A princesa do funk teve que deixar o estilo que a consagrou de lado para conseguir levar a atenção do público até o fim do percurso.
Os clássicos do axé salvaram um pouco. Mas, ainda assim, faltou repertório para as 5h de desfile.
O xixi no chão
A imagem que resume o aperto (desculpe pelo trocadilho) pelo qual passa o folião que curte o Carnaval de rua, não só em Salvador, como em todo o Brasil.
A falta de banheiros químicos e o estado em matéria de higiene dos que estavam disponíveis fez com que uma mulher fosse vista se aliviando ali mesmo, no meio da rua. Só não sabemos se era xixi ou outra coisa, mas isso não importa. Falando em banheiros...
Os banheiros
Você que já entrou em um banheiro público sabe como a coisa lá é feia. Imagine, então, um grupo de, no máximo, 30 cabines para dezenas de milhares de pessoas de ambos os sexos?
O local é daqueles que você entra com vontade de fazer xixi e sai vomitando.
A tentativa de paralisação dos desfiles no Circuito Barra/Ondina por parte dos vendedores ambulantes escancara um dos maiores problemas de Salvador: as condições de trabalho para quem faz a festa funcionar.
Vendedores ambulantes dormem no chão com cheiro de urina e cerveja velha, em barracas na praia e tomam banho de caneca no meio da rua.
Tudo isso por R$ 50 por dia, isso em épocas de bom lucro. Enquanto isso, turistas curtem a folia em camarotes caríssimos e com abadás que escancaram a divisão social pela qual passa Salvador em tempos de Carnaval.
Sim, sabemos que não se pode prever danos causados por fenômenos naturais.
Mas a queda do teto do Camarote Brahma, minutos após o local ser esvaziado, deixa claro que é preciso repensar a maneira como camarotes provisórios são montados.
Adoramos o Bell Marques, mas cinco shows seguidos no mesmo circuito, o Barra/Ondina, é demais, não é não?
Acho que nem ele aguentava mais cantar algumas músicas.
Eu juro que ele esteve aqui. Mas quase ninguém soube.
O funkeiro passou despercebido no show do Kart Love e por diversas vezes saiu da varanda do trio e foi lá para o meio dar uma volta. “Já que ninguém repara em mim, vou ali tomar umas”, ele deve ter pensado.
Os acertos
Ela não precisa de muito para encantar o público. Seu carisma, por si só, garante alguns milhares de olhares focados nela.
Mas, ainda por cima, Ivete canta muito, sabe que tipo de música tocar em cima de um trio elétrico e é incansável.
Além de linda, claro. Um beijo, Ivete!
“Eu vou, eu vou...”
A paródia do clássico de Branca de Neve e os Sete Anões, cantada pela MC Tati Zaqui, foi o grande hit do Carnaval. O versinho “eu vou, eu vou, sentar agora eu vou” fez com que foliões de todos os sexos descessem até o chão no meio da rua.
A varanda elétrica do Camarote Expresso 2222 é, sem dúvida, um dos espaços mais bacanas e democráticos desse Carnaval.
Feita para a pipoca, a varanda faz com que todos os foliões que estiveram na rua e próximos do local se sintam dentro do camarote.
Neste Carnaval, quem ficou ali por perto pode acompanhar parcerias incríveis e históricas, como de Gilberto Gil com Luiza Caldas, Gil e Preta, Gil e Ivete, Gil e Daniela Mercury, Gil e Durval Lelys. Basicamente, Gil e qualquer trio elétrico que passasse ali na frente.
Acalmem-se, seus pervertidos, não é só por conta do fio-dental.
Alinne Rosa estreou no Carnaval em carreira solo e mostrou ter potencial para se tornar uma vida.
A cantora tem muito carisma e sabe usar seus atributos, tanto físicos quanto vocais, muito bem.
Não foi somente pelo look que uma multidão acompanhou seu trio durante todo o percurso do Barra/Ondina.
Neste Carnaval, Márcio mostrou que é muito mais do que somente um cantor de um hit popular.
Quando subiu no trio elétrico pouco mais de 12 horas após ser operado por conta de uma apendicite, o líder do Psirico deu uma aula de superação, garra e amor pelo que faz.
Sem dúvidas, uma das grandes histórias do Carnaval de 2015.
Com o aniversário de 30 anos do axé, Salvador finalmente assumiu de vez a importância do estilo.
Vivendo uma suposta crise, o axé precisa de força, e essa força foi dada pelos foliões e atrações do Carnaval deste ano.
Quem sabe, o estilo musical volte a ser protagonista no Brasil todo em breve.
O Carnaval baiano, mais uma vez, mostrou que sabe recepcionar qualquer um.
Em 2015, diversos estilos tiveram sua vez em Salvador.
O sertanejo de Jorge e Mateus arrastou uma multidão no domingo (16) e, nos camarotes, o pagode de Thiaguinho, o samba de Dudu Nobre e até o funk de Anitta fizeram sucesso.
