Pitty leva o rock ao circuito Osmar em noite de afros
A pouca divulgação, aliada à programação do dia no Campo Grande, levou um público pequeno, eclético, mas bastante animado para o trio Carnivalha, puxado pela roqueira Pitty, pela banda Radiola e por Nancy Viegas na noite deste sábado, 13. O trio saiu da Praça Castro Alves por volta das 20h30 em direção ao Campo Grande, levando, em sua maioria, fãs da roqueira baiana.
Na pista, os jovens, maior parte do público que acompanhava o Carnivalha, estampavam em camisas a admiração pela cantora. "Sou muito fã dela. Amo mesmo. Até vinha escondido para a festa porque minha mãe não queria que eu estivesse aqui, mas depois ela me liberou", contou a estudante Daniele Silva, de 15 anos.
No circuito mais antigo do Carnaval, pela primeira vez, Pitty falou sobre a sua estreia na folia baiana e demonstrou ter gostado da experiência de tocar em um trio elétrico. "Quem está aqui pela primeira vez? Já tinha vindo para o Carnaval, mas ainda muito pequena com o meu pai. Para a gente é muito diferente tocar aqui", revelou a cantora.
O repertório do trio ao longo do percurso foi marcado pelas mais famosas músicas de Pitty, além de canções do grupo Radiola e de Nancy Viegas. A maior parte da apresentação no Campo Grande, contudo, ficou por conta de Pitty, que do trio agradeceu à iniciativa do governo de abrir espaço para outros ritmos na folia.
"Queria agradecer à galera pela diversidade da música no Carnaval, de poder cantar rock aqui na Avenida". Em seguida, Pitty cantou a música "Você me adora", e foi acompanhada em coro pelo público, que a seguia no percurso, protagonizando um dos momentos mais animados da festa na passarela do Campo Grande na noite neste sábado.
A participação de Pitty também teve espaço para reclamações na folia baiana. A cantora queixou-se do barulho entre os trios durante sua apresentação no circuito Osmar. "Olha, a concorrência está muito forte aqui. Vocês estão ouvindo (o som)", perguntou, referindo-se ao trio Africantar, que estava logo à frente do seu na Praça do Campo Grande.
Diversidade
Em uma noite dominada por blocos de samba, afro e pagode, o Carnivalha fez a diferença no circuto mais tradicional do Carnaval e provou que a folia baiana, majoritariamente animada por bandas de axé e pagode, tem espaço sim para o rock. Na rua, os fãs do ritmo comemoram a permanência de atrações alternativas na grade dos principais circuitos.
Para o universitário Gabriel Alencar, 25, as opções musicais devem ser presença cada vez maior no Carnaval de Salvador. "As pessoas são diferentes, gostam de sons e ritmos diferentes, então, deve-se oferecer opções para todos os gostos. Se colocarem só trios de axé, somente as pessoas que gostam deste ritmo é que vão curtir a festa".
A estudante Daiane Oliveira também destacou a necessidade de a organização da festa oferecer atrações para todos os gostos. "Deve-se investir mais em uma programação diferenciada. O trio mesmo só veio vazio porque não houve uma divulgação", opinou.