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'Virada de mesa' foi discutida, diz advogado da Pérola Negra

24 fev 2012 - 19h44
(atualizado às 19h48)
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Mariana Azaredo
Direto de São Paulo

O advogado da Pérola Negra, Isidro Branco, disse nesta sexta-feira (24) que um acordo para que nenhuma escola de samba de São Paulo fosse rebaixada ou campeã foi discutido momentos antes do início da apuração, na última terça-feira (21). Porém a ideia foi descartada.

Branco acompanhou o presidente da Pérola Negra, Edilson Casal, no depoimento ao delegado Luís Fernando Saab, na Delegacia Especializada em Atendimento ao Turista (Deatur). O carnavalesco foi ouvido como vítima devido ao incêncio no carro alegórico da escola. Em seu depoimento, ele disse que estava perto da mesa de apuração no momento do tumulto porque é presidente da escola e sua entrada foi autorizada pelo segurança.

Branco também contou que se for confirmado que torcedores da Gaviões da Fiel foram os responsáveis pelo incêndio, a escola corintiana irá ressarci-los do prejuízo, calculado em R$ 80 mil. O advogado e seu cliente chegaram a delegacia por volta das 14h50 e saíram às 18h10.

Delegado Saad falou que ainda está angariando provas, principalmente com ajuda das imagens da confusão, e que não irá indiciar sem provas. Ele também disse que "em algum aspecto combinaram alguma coisa", se referindo à ação de Tiago Ciro Tadeu Faria, que invadiu a mesa de apuração e rasgou as notas. Se surgirem novos elementos na investigação, Tiago poderá ser chamado para depor novamente, confirmou Saad.

Além de Edilson Casal, quem também depôs nesta sexta-feira foi Vagner da Costa, vice-presidente da Gaviões da Fiel. Luciana Silva, presidente da Tom Maior, também seria ouvida, mas não compareceu à delegacia. Depoimentos continuarão na segunda (27), terça (28) e quarta-feira (29).

Entenda o caso

Uma confusão promovida por integrantes de escolas de samba interrompeu a apuração do Carnaval de São Paulo na terça-feira (21). Faltando apenas uma nota dez para assegurar o título à Mocidade Alegre, Tiago Ciro Tadeu Faria, 29, integrante da Império de Casa Verde, invadiu a área de apuração, tomou o último envelope das mãos do leitor e o rasgou.

O tumulto se espalhou pelo entorno do Sambódromo. Torcedores foram filmados chutando os portões próximos à área da dispersão. Pouco depois, um carro alegórico da Pérola Negra foi incendiado por um grupo de torcedores da Gaviões da Fiel. A alegoria tinha estrutura de palha, representando um índio gigante, e foi totalmente destruída pelo fogo.

O delegado Osvaldo Nico Gonçalves, da Deatur, anunciou a detenção de Tiago, principal responsável pelo início do tumulto. Cauê Santos Pereira, 20, integrante da Gaviões da Fiel, também foi detido, por atirar objetos.

A polícia investiga ainda o envolvimento de integrantes de outras agremiações na confusão, entre elas a Vai-Vai, a Império de Casa Verde e a Camisa Verde e Branco, segundo o delegado.

Na própria terça, uma reunião extraordinária entre a Liga das Escolas de Samba e os diretores das agremiações foi montada para decidir o desfecho do Carnaval 2012, que deixou o título com a Mocidade Alegre.

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Foto: Amauri Nehn / AgNews
Fonte: Terra
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