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Advogado de preso em tumulto pede liberdade: "não há provas"

22 fev 2012 - 14h33
(atualizado às 14h44)
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Thaís Sabino
Direto de São Paulo

O advogado de Caue Santos Pereira, preso suspeito de participar da confusão que interrompeu a apuração do Carnaval de São Paulo, na terça-feira (21), afirmou nesta quarta (22) que seu cliente é inocente e não há provas contra ele. Davi Gebara Neto entrou com um pedido de liberdade provisória para Pereira alegando que ele não tem histórico criminal e tem emprego e residência fixos.

As grades foram derrubadas e cadeiras chegaram a ser arremessadas durante a confusão
As grades foram derrubadas e cadeiras chegaram a ser arremessadas durante a confusão
Foto: Elisa Rodrigues / Futura Press

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"Me consta que ele foi no meio da multidão, mas não participou da depredação. Além disso, quatro PMs deram depoimento e nenhum deles disse que Caue estava envolvido." O advogado afirmou que está analisando as imagens e que até agora não existe prova contra o suspeito.

O pedido de liberdade deve ser julgado entre hoje e amanhã. Segundo o defensor, deve ser aceito. Caso seja negado, o advogado entrará com pedido de habeas-corpus. Gebara Neto negou ter conhecimento da premeditação do crime. O delegado Mauro Marcelo de Lima afirmou anteriormente que a polícia já tinha descoberto - antes da leitura dos votos - que integrantes de escolas de samba planejavam "melar" a apuração.

De acordo com o defensor, as penas para depredação de patrimônio público e supressão de documentos podem chegar a cinco anos. Pereira já foi encaminhado para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pinheiros.

Entenda o caso

Uma confusão promovida por integrantes de escolas de samba interrompeu a apuração do Carnaval de São Paulo nesta terça-feira (21). Faltando apenas uma nota dez para assegurar o título para a Mocidade Alegre, Tiago Ciro Tadeu Faria, 29 anos, integrante da Império de Casa Verde, invadiu a área de apuração, tomou o último envelope das mãos do leitor e o rasgou.

O delegado Osvaldo Nico Gonçalves, da Delegacia Especializada em Atendimento ao Turista (Deatur), anunciou a detenção do principal responsável por todo o tumulto. Caue Santos Pereira, 20 anos, integrante da Gaviões da Fiel, também foi detido, este por atirar objetos. De acordo com o major da Polícia Militar de São Paulo, Alexandre Gaspariano, cinco integrantes de escolas de samba foram detidos.

Com isso, a confusão se tornou generalizada e a leitura das notas foi interrompida. Até este ponto, a Mocidade Alegre liderava a apuração com um total de 160 pontos. Solange Bichara, presidente da agremiação, evitou considerar a escola campeã do Carnaval de 2012. "Não posso me considerar campeã por algo que não aconteceu", afirmou.

Uma reunião extraordinária entre a Liga das Escolas de Samba e os diretores das agremiações foi montada para decidir o desfecho do Carnaval 2012. O Presidente da Liga, Paulo Sérgio Ferreira, citou o artigo 29 que diz que, quando um jurado não vota, a nota estabelecida é 10. Dessa maneira, todos os votos que não haviam sido contabilizados foram 10 e a Mocidade, que já estava liderando a contagem, se tornou a vencedora.

O tumulto se espalhou no entorno do Sambódromo. Torcedores foram vistos chutando os portões próximos à área da dispersão. Pouco depois, um carro alegórico da Pérola Negra foi incendiado por um grupo ainda não identificado. A alegoria tinha estrutura toda de palha, representando um índio gigante, e foi totalmente destruída pelo fogo.

Fonte: Terra
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