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Carnaval de São Paulo tem briga e acidente na primeira noite

21 fev 2009 - 13h55
(atualizado às 17h16)
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O primeiro dia de desfiles do grupo especial de São Paulo, que iniciou na noite de sexta-feira e terminou quando sábado já era dia claro, ficou marcado pela queda de um dos destaques de um carro alegórico da Vila Maria e pela briga entre integrantes da Nenê de Vila Matilde. Mas apesar dos incidentes, as sete escolas que passaram pelo Sambódromo do Anhembi levaram para a avenida homenagens ao Carnaval e seus personagens, crítica à cobiça pelo dinheiro, além de histórias de povos e de nações. Confira abaixo os melhores momentos de cada agremiação.

A modelo Jaqueline Khury brilhou no camarote do Sambódromo do Anhembi
A modelo Jaqueline Khury brilhou no camarote do Sambódromo do Anhembi
Foto: Marcelo Pereira / Terra

Coube à Unidos do Peruche abrir os trabalhos do Carnaval paulista. A campeã do grupo de acesso em 2008 entrou no Sambódromo do Anhembi às 23h15 para mostrar o samba-enredo Do Ventre da Terra à Indomável Cobiça do Homem, que contou a história da descoberta e lapidação das pedras preciosas. O desfile começou nervoso depois que uma das rodas do carro abre-alas apresentou problemas. Passado o susto, 3,2 mil integrantes vestindo fantasia predominantemente douradas levaram luxo à avenida e contaram a história das preciosidades produzidas desde a origem da Terra até a formação das grandes civilizações.

Depois da Unidos do Peruche, a Rosas de Ouro entrou no Anhembi para homenagear o Carnaval. Com o enredo Bem-vindos à Fábrica dos Sonhos, a escola pretende quebrar um jejum de títulos que já dura 15 anos. O destaque da escola ficou com a rainha da bateria, a modelo Ellen Roche. A segunda parte do enredo, que convoca a torcida rosa e azul para sambar, levantou a arquibancada do sambódromo, deixando "a galera ligada, com muita emoção", como dizia a letra puxada pelo intérprete Darlan Alves e composta por Marquinho Sorriso, Mauricio Paiva, Armênio Poesia, Aquiles da Vila e Chanel e Fredy Viana.

Em meio à crise financeira internacional, a Unidos Vila Maria, a terceira escola a entrar na avenida, resolveu tratar de dinheiro. Com o samba-enredo Da Sobrevivência ao Luxo, da Ilusão à Alucinação... Dinheiro, Mito, História e Realidade puxado por Fernandinho SP e Baby, a agremiação fez uma crítica ao dinheiro, ao relembrar a origem do escambo, passando pelo surgimento do metal, do cifrão, dos jogos de azar e a inflação. Antes do desfile, na concentração, um dos destaques do primeiro carro alegórico caiu de uma altura de 5 m e foi socorrido com suspeita de traumatismo craniano.

Às 2h54, a Tom Maior entrou no sambódromo para homenagear Angola. Com 2,4 mil componentes, entre eles a madrinha de bateria Adriana "Bombom", a escola trouxe o samba-enredo Uma nova Angola se abre para o Mundo! Em nome da paz, Martinho da Vila canta a liberdade. O tema falou de uma "nova Angola", com mais amor e ideais de independência e libertação, sem guerra e opressão. A escola contou com a participação do cantor Martinho da Vila, que virou embaixador cultural do país africano - cuja independência de Portugal só foi conquistada em 1975 - no Brasil.

Saudada por milhares de bandeirinhas verdes e brancas, a Mancha verde desfilou com o enredo Pernambuco Uma Nação Cultural, que falou sobre a cultura do Recife e de Olinda, incluindo todo o folclore local, como os ritmos do frevo e maracatu. Desde os tempos de colônia até sua modernização, a história de Pernambuco foi contada pela Mancha como origem de artistas consagrados e pessoas de grande expressão. Os cinco mil componentes foram distribuídos em 35 alas e cinco carros alegóricos e ajudaram a desenvolver o enredo do carnavalesco Fernando Dias. O destaque da escola ficou para Viviane Araújo.

Pouco depois das 5h, a X-9 Paulistana entrou no Anhembi para falar sobre a internacionalização da Amazônia. O enredo Amazônia... Conseguimos conquistar com o braço forte... Do esplendor da Havea brasiliensis à busca pela terra sem males falou de queimadas, a importância da borracha e da tentativa de domínio norte-americano. Entre os destaques, esteve a modelo Viviane Castro, que ficou conhecida em todo o País no ano passado pela polêmica em torno da utilização de um tapa-sexo de 3,5 cm. Além dela, Rita Cadillac também desfilou pela escola, em um "carro alegórico melancia".

O desfile da Nenê de Vila Matilde, a última escola do primeiro dia do Carnaval em São Paulo, foi marcado por uma discussão entre o carnavalesco Lucas Pinto e o responsável por um dos carros alegóricos. Além disso, na concentração, dois carros quebraram e tiveram de ser reparados, e alguns integrantes quase não subiram nas alegorias alegando falta de segurança. Após os incidentes, 3,8 mil integrantes divididos em 21 alas apresentaram o enredo 60 anos coração guerreiro - A grande refazenda do samba, que contou a história da escola e homenageou o criador da agremiação, Seu Nenê.

Fonte: Terra
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